A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, afirmou nesta segunda-feira que dados preliminares apontam para um superávit de até R$ 1 bilhão em agosto. A expectativa se apoia principalmente na recuperação do mercado acionário, que impulsionou os resultados do maior plano da fundação, o Plano 1, de benefício definido.
Resultado impulsionado pela alta na Bolsa e gestão de ativos
Segundo Cláudio Gonçalves, diretor de investimentos da Previ, a rentabilidade do Plano 1 em agosto foi de 1,84%, com destaque para a Bolsa, que subiu 6% no mês. “Esse desempenho contribuiu para um resultado positivo de R$ 3,6 bilhões no mês, superando a rentabilidade do CDI de 1,16%”, explicou Gonçalves. A carteira do fundo, que depende do desempenho do mercado, apresentou resultados melhores devido à alta do mercado acionário, apesar do recuo de mais de 10% do Ibovespa em 2024.
Recuperação do déficit e perspectivas para 2024
Pela avaliação preliminar, o déficit acumulado do Plano 1 ao final de julho era de R$ 2,7 bilhões. Com os dados atuais, a expectativa é de que o resultado final para agosto possa reverter essa condição, chegando a um superávit de até R$ 911 milhões, ou até R$ 1 bilhão, dependendo do índice de inflação (INPC) oficial, que será divulgado pelo IBGE na quarta-feira. Até agora, a fundação registra um superávit de R$ 4,1 bilhões no acumulado do ano, ante o déficit de R$ 3,16 bilhões em 2024.
Impactos das oscilações de mercado e gestão de carteira
João Fukunaga, presidente da Previ, destacou que o desempenho da carteira reflete a resiliência da equipe técnica e da governança colegiada da fundação. “A oscilação do mercado impacta diretamente nossos resultados, mas nossa estratégia é de longo prazo”, afirmou. Ele ressaltou, ainda, que a equipe trabalha para ajustar continuamente a composição das aplicações, sempre buscando equilibriar risco e retorno.
Composição da carteira e estratégias atuais
Em 2024, a fundação vendeu aproximadamente R$ 7 bilhões em ações, incluindo papéis da BRF, encerrando sua exposição a ações de forma gradual. Esses recursos foram reaplicados em títulos do Tesouro Nacional, como NTN-Bs, com prazos superiores a 2035. Gonçalves explicou que esse movimento faz parte de uma estratégia de redução do risco no segmento de renda variável, que chegou a representar mais da metade do patrimônio da fundação.
Perspectivas para o fechamento do ano
Marcio de Souza, diretor de administração da Previ, afirmou que, se o cenário econômico se mantiver favorável, a fundação deve fechar o ano com superávit, superando o déficit anterior. “Caso a inflação oficial seja maior do que o esperado, o desempenho final poderá ficar ainda melhor”, afirmou.
Os dados atuais reforçam a expectativa de que a sólida gestão de investimentos possibilite uma recuperação significativa para o fundo, fortalecendo sua posição frente aos passivos futuros dos beneficiários.
Para mais detalhes, consulte a reportagem original no O Globo.