Brasil, 8 de setembro de 2025
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Parlamentares bolsonaristas tentam avançar com projeto de anistia

Iniciativa busca beneficiar Jair Bolsonaro em meio a pressões políticas.

Nos próximos dias, parlamentares alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro e membros de partidos do Centrão se mobilizam com o objetivo de impulsionar um polêmico projeto de anistia que pode beneficiar Bolsonaro e outros envolvidos em atos golpistas. O líder da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se tornou o foco dessas articulações, com a expectativa de que ele defina até o fim da semana quem será o relator do projeto.

Apressando a definição do relator

A proposta dos parlamentares favoráveis à anistia é que a escolha do relator ocorra rapidamente para destravar as negociações sobre o projeto. Segundo informações do portal O Globo, a oposição já apresenta uma versão mais ampla do texto, que visa não apenas a recuperação da elegibilidade de Bolsonaro, mas também um perdão a eventuais condenações relacionadas aos episódios de 8 de janeiro de 2023 e outros inquéritos, beneficiando figuras como o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o ex-deputado Daniel Silveira.

Expectativas sobre a pauta da Câmara

No entanto, a chance de que a anistia avance ainda esta semana parece remota. A discussão deve ser adiada para a próxima semana, após a conclusão do julgamento sobre o mesmo tema que envolve Bolsonaro. O próprio Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL, afirmou que nesta semana não se pautará nem mesmo o pedido de urgência para que o projeto seja analisado diretamente em plenário, sem passar pelas comissões.

A agenda da Câmara está prevista para ser reduzida, com a votação de temas consensuais, incluindo possibilidades de votação virtual e dispensa da presença dos deputados em Brasília. Essa decisão será tomada na reunião de líderes com o presidente da Casa.

Reuniões e pressões pela escolha do relator

Dentro desse cenário, o líder do PL indicou que realizará reuniões com Motta e líderes partidários para discutir a escolha do relator. Informações de fontes próximas revelam que Motta já tem alguns nomes em mente, mas Sem confirmação. Sóstenes expressou apoio à indicação de Rodrigo Valadares (União-SE), considerado da ala bolsonarista, mas não há clareza se a relatoria será mantida com ele ou transferida para outro nome.

Embora o presidente da Câmara enfrente pressão de ambos os lados – para pautar e para barrar a anistia – os eventos do último domingo, durante as celebrações do Dia da Independência, evidenciaram as tensões. Em Brasília, Motta foi visto ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao mesmo tempo em que protestos contra a anistia eram realizados.

Conflitos na articulação política

Em contrapartida, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, convocou membros do Centrão e de partidos da base aliada para articular um movimento contra o projeto. A pressão tem sido intensa também a partir de São Paulo, onde o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) fez um apelo direto a Motta para que o projeto fosse colocado na pauta da Câmara.

“Estamos aqui para pedir que Hugo Motta pautar a anistia e deixar a Casa decidir. Tenho certeza de que ele fará isso, pois trazer a anistia à pauta é resgatar a justiça e o país”, disse Tarcísio, que tem sido incentivado a se lançar como candidato à presidência em 2026, utilizando a questão da anistia como um ponto de conexão com Bolsonaro.

Divisão no apoio ao projeto

A situação se complica ainda mais por conta das pressões mistas que Motta enfrenta. Em reuniões anteriores, o presidente da Câmara indicou que o apoio à anistia estava crescendo entre os líderes do Congresso. No entanto, dois dias depois, comunicou que ainda não havia um acordo sobre o conteúdo do texto.

A proposta de anistia, se aprovada, poderá não apenas beneficiar Bolsonaro, mas também impedi-lo de possíveis condenações. A cúpula de partidos como PP, União Brasil e Republicanos atua abertamente em favor da iniciativa, enquanto no PSD há uma divisão entre os membros, com apoio e rejeição similares. No MDB, mesmo com uma postura geralmente contrária da cúpula, há apoios por parte de representantes das regiões Sul e Centro-Oeste.

Próximos passos na Câmara

Os parlamentares do PL estão pressionando para que a anistia inclua a reversão da inelegibilidade de Bolsonaro. No entanto, essa proposta enfrenta resistência de setores do Centrão, que preferem focar em um perdão mais geral em vez de reverter a inelegibilidade do ex-presidente.

Assim, a definição do futuro do projeto de anistia na Câmara dos Deputados continua a gerar discussões intensas, com potenciais impactos na política brasileira e na cena eleitoral de 2026.

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