Brasil, 8 de setembro de 2025
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Lula critica práticas comerciais injustas do EUA e reforça atuação do Brics

Durante reunião virtual, Lula afirmou que sanções dos EUA prejudicaram Países do Brics e pediu reforma da ordem internacional

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que os países do Brics se tornaram vítimas de práticas comerciais “injustificadas e ilegais” devido às sanções aplicadas pelos Estados Unidos, especialmente no contexto do tarifazo promovido pelo ex-presidente Donald Trump. A declaração foi feita durante reunião virtual do bloco, que contou com líderes de 11 países, incluindo China, Rússia, Índia e África do Sul.

Lula denuncia sanções injustas e a deterioração da ordem internacional

Em seu discurso, Lula destacou que a chantagem tarifária e as medidas extraterritoriais estão sendo utilizadas como instrumentos para conquistar mercados e interferir nas questões internas de outros países. “Nossos países estão sendo alvos de práticas comerciais injustas e ilegais. A imposição de sanções secundárias limita nossa liberdade de fortalecer as relações comerciais com parceiros considerados amigos”, afirmou.

O presidente também criticou o impacto dessas ações na estrutura mundial, dizendo que os “pilares da ordem internacional criada em 1945” estão sendo aceleradamente solapados. Segundo Lula, a Organização Mundial do Comércio (OMC) encontra-se paralisada há anos, dificultando a regulação do comércio global. “Medidas unilaterais têm transformado princípios centrais do livre comércio, como cláusulas de Nação Mais Favorecida e Tratamento Nacional, em letra morta”, completou.

Reforma da ordem internacional e fortalecimento do Brics

De acordo com nota divulgada pelo Palácio do Planalto, o Brics reafirmou seu compromisso com o fortalecimento do multilateralismo e com a reforma das instituições internacionais. Os líderes presentes na reunião apoiaram a busca por uma ordem internacional mais justa, equilibrada e inclusiva, capaz de refletir as transformações do mundo atual e atender às demandas do Sul Global.

“Houve consenso sobre a necessidade de avançar rumo a uma ordem internacional mais justa, equilibrada e inclusiva, capaz de responder às transformações em curso”, afirmou o comunicado do Palácio. A reunião também discutiu o fortalecimento dos mecanismos de solidariedade, coordenação e comércio entre os países do bloco.

Participantes da cúpula e assuntos em pauta

Além do Brasil, participaram do encontro virtual líderes da China, Egito, Indonésia, Irã, Rússia, África do Sul, além do príncipe herdeiro dos Emirados Árabes Unidos, do chanceler da Índia e do Vice-Ministro das Relações Exteriores da Etiópia. A agenda incluiu temas como o tarifazo americano, a situação na Faixa de Gaza, o conflito entre Rússia e Ucrânia, a reforma da OMC e a conferência climática COP30, prevista para novembro em Belém (PA).

Contexto e desdobramentos internacionais

A conversa ocorreu cerca de dois meses após a cúpula do Rio de Janeiro, na qual o Brasil assumiu a presidência do Brics para 2025. A avaliação é que o cenário internacional se deteriorou, reforçando a preocupação do País com a defesa do multilateralismo. Lula também ressaltou que o discurso foi preparado com atenção, devido ao julgamento de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que ocorre na mesma semana.

Já o governo dos Estados Unidos sinalizou que só negociará o fim da sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros se o processo contra Bolsonaro for arquivado, postura que o governo Lula rejeita, reafirmando sua autonomia nas decisões internas. Além disso, Donald Trump mantém críticas ao Brics e ameaça aplicar novas sobretaxas caso o bloco busque reduzir a dependência do dólar nos intercâmbios comerciais.

Fundado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brics atualmente conta com 11 países, incluindo Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Irã e Indonésia, que buscam fortalecer seu papel na economia global e na política internacional.

Para mais informações, acesse o link original.

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