Kauan Felipe Vieira, filho do icônico sambista Arlindo Cruz, abriu o coração durante uma entrevista ao programa “Domingo Espetacular”, no último domingo (7). Ele revelou que tem sido deixado de fora das discussões sobre a divisão do patrimônio deixado por seu pai, que faleceu em decorrência de complicações de um AVC em 2025.
A herança de Arlindo Cruz
Segundo informações divulgadas, o legado de Arlindo Cruz pode chegar a impressionantes R$ 30 milhões. A família do cantor, que por muitos anos foi um dos grandes nomes do samba no Brasil, está enfrentando um momento delicado. Arlindo Cruz era casado com a empresária Babi Cruz, com quem teve dois filhos: Arlindinho e Flora, sendo que Kauan nasceu de um relacionamento extraconjugal do cantor.
A relação entre Kauan e seu pai teve um início conturbado, pois o reconhecimento da paternidade só aconteceu quando o cantor foi obrigado pelo teste de DNA, em 2001. Kauan relembrou esse momento marcante: “Por volta de 2001, minha mãe entrou com processo de alimentos para reconhecimento de paternidade. Eu tinha por volta de 14 anos”, contou.
Kauan revela dificuldades na partilha da herança
Atualmente, Kauan enfrenta dificuldades para obter informações sobre o patrimônio deixado por Arlindo Cruz. Ele expressou sua frustração ao mencionar que “nunca teve acesso a nada” e que aguarda uma prestação de contas, que até agora não chegou. O advogado de Kauan, Wellington Alexandrino, ressaltou a importância de uma partilha transparente, afirmando: “O Kauan tem sido paciente e colaborativo, mas não temos percebido reciprocidade da outra parte. Ele está aberto ao diálogo”.
O patrimônio de Arlindo inclui mais de 800 composições, que representam uma fonte significativa de renda. Após seu AVC, Babi Cruz passou a administrar os bens do sambista através de uma procuração, que lhe conferia autonomia sobre contas e despesas médicas. Entretanto, especialistas em direito autoral alertam que essa procuração perde validade após a morte do titular.
Aspectos legais da herança
A advogada Letícia Peres, especialista em direito autoral, destacou que toda receita gerada pelo acervo deixado por Arlindo precisa ser depositada em juízo. “Tudo que ela fizer ou receber em termos de receita desse acervo precisa ser depositado em juízo”, explicou.
Kauan ainda revelou que soube sobre os desdobramentos da partilha por meio da imprensa, o que o deixou ainda mais frustrado. “A questão da partilha eu fiquei sabendo pela mídia, mas entrei em contato com meu irmão e estamos conversando. Os advogados também estão dialogando para resolver da melhor forma”, contou.
A posição da família
A reportagem da Record fez tentativas de contato com Babi e Flora Cruz, que optaram por não se manifestar sobre a situação no momento. O espaço no Portal iG permanece aberto para que elas possam se pronunciar, caso desejem.
O caso de Kauan Cruz traz à tona questões complexas sobre a divisão de bens familiares, principalmente quando envolve relações extraconjugais e a percepção de inclusão ou exclusão entre os herdeiros. A expectativa agora é que este impasse seja resolvido em harmonia, respeitando a memória e o legado de Arlindo Cruz, um artista que deixou um impacto profundo na música brasileira.
Com a ausência de uma resolução clara para o futuro, resta saber como a gestão do legado de Arlindo Cruz se desenrolará, na esperança de que todos os envolvidos possam chegar a um entendimento que honre a história do sambista.
