Em um clima de tensão e emoção, familiares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estiveram presentes em manifestações realizadas em diferentes cidades do Brasil no Dia da Independência, 7 de setembro. Este ano, os atos ganharam um contorno especial, uma vez que Jair Bolsonaro está atualmente sob julgamento por sua suposta participação em uma trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF).
A presença da família Bolsonaro nos atos de 7 de setembro
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro fez uma aparição notável na Avenida Paulista, em São Paulo, onde sua participação foi aguardada com ansiedade por apoiadores do ex-presidente. Em um discurso emocionado, ela mencionou as dificuldades enfrentadas pela família e afirmou que Jair está “amordaçado em casa”, referindo-se à prisão domiciliar imposta a ele devido a tentativas de obstruir a Justiça.
“Vejo os policiais na esquina, a imagem da minha família sendo violada… É muita humilhação que estamos vivendo”, declarou Michelle, destacando a situação rumo à qual sua família tem sido exposta desde que Bolsonaro deixou o poder. Ela também reconheceu que, em 2022, mais de um milhão de pessoas assistiram ao discurso de seu marido, mas expressou que, por “perseguição e injustiça”, ele não tinha a liberdade de falar novamente.
O apoio aos atos em outras regiões
Além de Michelle, outros membros da família também marcaram presença em atos pelo Brasil. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) discursou na Praia de Copacabana, onde fez um apelo ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que aprovesse um projeto de anistia que incluísse o ex-presidente. Flávio deixou claro sua posição ao afirmar: “não existe anistia criminal sem anistia eleitoral”, um tema recorrente entre os apoiadores de Bolsonaro, tendo em vista a situação jurídica da família.
Por sua vez, o vereador Carlos Bolsonaro (PL) se uniu a apoiadores em Santa Catarina, onde também expressou seu apoio ao pai. Acompanhado de um louvor emocionante, Carlos foi filmado chorando, sendo abraçado por apoiadores que lhe demonstravam conforto em um momento delicado. Em suas redes sociais, ele agradeceu o carinho recebido e compartilhou a dificuldade que a família enfrenta.
Eduardo Bolsonaro e suas declarações
A participação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se deu de forma virtual. Ele se conectou aos protestos de Curitiba e Porto Alegre, onde expressou seu apoio entusiasmado. “Estou feliz por ver as ruas lotadas”, disse ele, referindo-se à mobilização popular a favor do pai. Eduardo não hesitou em criticar a atuação do STF, mencionando Alexandre de Moraes como uma grande ameaça ao Brasil: “a quadrilha liderada por Alexandre de Moraes quer tomar o Brasil de assalto”. Durante seu discurso, Eduardo também mencionou a dor da distância da família em um momento tão difícil.
Cenário político tenso e mobilização popular
O Dia da Independência, tradicionalmente um feriado de celebração, tornou-se um palco para tensões políticas no Brasil. A agitação e as divisões entre os apoiadores de Jair Bolsonaro e seus opositores foram evidentes, refletindo um clima de polarização que permeia o país desde as eleições de 2022. Os atos bolsonaristas deste ano registraram uma participação que variou entre 12 mil e 185 mil pessoas em São Paulo, comparecendo a um espaço que, em anos anteriores, atraiu multidões mais numerosas.
Em um contraste com as manifestações da direita, a esquerda também estava presente, defendendo a soberania nacional, o que ilustra ainda mais as divisões ideológicas no Brasil contemporâneo. Os pedidos de anistia aos envolvidos em eventos como o de 8 de janeiro, por parte dos bolsonaristas, foram um dos pontos discutidos em meio aos discursos e intervenções.
Conclusão
Os conflitos judiciais enfrentados pela família Bolsonaro e os apelos emocionais realizados durante os atos de 7 de setembro revelam um cenário de incerteza e mobilização. Enquanto Jair Bolsonaro continua afastado do cenário político direto, seus familiares buscam manter viva a chama do apoio popular, enfrentando um contexto de adversidade e desafios. Resta saber como essa dinâmica influenciará o futuro político do Brasil e a evolução das narrativas em torno dos eventos políticos recentes.