A produção de queijos artesanais no Brasil tem ganhado destaque nos últimos anos, devido ao valor cultural e gastronômico que esses produtos representam. No entanto, um ponto que continua a ser um desafio é a necessidade de certificação higiênico-sanitária, que é crucial para garantir a qualidade e segurança alimentar. Sem essa certificação, os produtos se tornam inviáveis para consumo, conforme afirma um especialista na área.
A importância da inspeção higiênico-sanitária
A legislação brasileira estabelece que todos os produtos alimentícios, incluindo queijos artesanais, devem passar por uma rigorosa inspeção higiênico-sanitária antes de serem comercializados. Essa inspeção é essencial não apenas para garantir a qualidade do produto final, mas também para assegurar que o processo de produção respeita normas de saúde desde a origem, ou seja, desde os rebanhos.
De acordo com o especialista, “a gente segue a legislação e a legislação exige que o produto passe previamente por inspeção higiênico-sanitária. Se o produto não tem inspeção higiênico-sanitária, portanto, não tem como garantir a qualidade desde lá do rebanho”. Essa afirmação ressalta a responsabilidade dos produtores em atender às normas e garantir que seus produtos sejam seguros para o consumo.
Impactos na produção artesanal
A falta de certificação não afeta apenas os grandes produtores, mas também os pequenos produtores rurais que investem em métodos tradicionais de fabricação de queijo. Muitos artesãos acreditam que a possibilidade de oferecer produtos frescos e com qualidade diferenciada é um atrativo para os consumidores. No entanto, a ausência do selo de inspeção prejudica a comercialização e a confiança do consumidor.
“Você garante que o animal não tenha nenhuma doença, que aquele rebanho está saudável, tem a ordenha. Todas essas etapas, quando o produto tem o selo, passam pela fiscalização. Sem isso, a gente não tem como garantir a segurança do consumo, mesmo sendo pequeno produtor”, explica o especialista. A afirmação evidencia que a fiscalização é um elemento-chave para consolidar a credibilidade do mercado de queijos artesanais no Brasil.
O que pode ser feito?
Frente a essa realidade, é fundamental que haja maior conscientização entre os produtores sobre a importância de se formalizarem e se adequar às normas estabelecidas. Parcerias entre instituições governamentais e associações de produtores podem ser um caminho para auxiliar os pequenos produtores a obterem a certificação necessária.
Além disso, o incentivo à educação e capacitação para os produtores pode ajudar a melhorar a produção e a qualidade dos queijos. A promoção de cursos e treinamentos sobre boas práticas de fabricação e gestão de qualidade pode elevar o padrão dos produtos, resultando em maiores oportunidades de mercado e respostas positivas dos consumidores.
O papel dos consumidores
Os consumidores também desempenham um papel crucial nesse cenário. Cada vez mais, eles estão se tornando mais conscientes sobre a origem dos alimentos que consomem. Escolher produtos certificados não é apenas uma questão de saúde, mas também de apoiar práticas sustentáveis e justas no campo. O reconhecimento do valor dos queijos artesanais, junto à exigência de produtos que cumpram normas de segurança, pode pressionar o mercado a priorizar a qualidade.
Por fim, a integração entre a legislação, iniciativas de produção e a consciência do consumidor são fundamentais para o fortalecimento desse setor. O queijo artesanal, que representa a riqueza da cultura brasileira, só pode se manter em alta se tiver a segurança alimentar garantida através da certificação e da fiscalização contínua.
Em um mundo onde a segurança alimentar é cada vez mais importante, é urgente que a produção de queijos artesanais no Brasil busque as certificações necessárias, permitindo que esses produtos continuem a encantar o paladar dos consumidores sem risco à saúde.