Brasil, 9 de setembro de 2025
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Debate sobre possível proibição de armas para transgêneros acirra o clima político nos EUA

Rumores indicam que administração Trump estaria considerando restrições de armas para pessoas trans, enquanto discussões controversas seguem na imprensa americana.

De acordo com fontes consultadas pela CNN e ABC News, o governo de Donald Trump estaria analisando uma proposta para restringir o acesso a armas de fogo por pessoas transgênero. A medida, que gerou forte reação pública, acompanha uma série de ações anti-trans já adotadas pelo atual governo desde a retomada do mandato.

Proposta de restrição e o contexto da violência

Segundo ABC News, oficiais do Departamento de Justiça discutiram a possibilidade de que diagnósticos de disforia de gênero possam desqualificar indivíduos considerados mentalmente “defeituosos”, conforme legislação federal que restringe o porte de armas. Ainda, fontes afirmaram que nenhuma proposta concreta foi oficializada até o momento.

O debate acontece após o trágico tiroteio ocorrido em uma igreja em Minneapolis, onde Robin Westman, uma mulher trans, matou duas crianças e feriu 21 pessoas antes de tirar a própria vida. Os críticos apontam que a maioria dos ataques em massa nos EUA são cometidos por homens cisgênero, entre eles, uma pequena parcela de pessoas trans, que representam menos de 2% da população.

Reações e controvérsia

Com grande parte da sociedade e organizações de direitos civis criticando o movimento, a ONG GLAAD afirmou que a administração prefere “culpar e perseguir uma minoria vulnerável” ao invés de atacar causas reais da violência, como a facilidade de acesso às armas. Segundo a porta-voz da organização, “todos merecem ser quem são, estar seguros e livres de discriminação”.

Até mesmo o NRA, tradicional apoiador de direitos ao porte de armas, publicou uma nota na qual afirma que “não apoia propostas que implementem banimentos arbitrários sem o devido processo”, reforçando a complexidade da discussão.

Dados e críticas à politicagem

Especialistas destacam que o movimento de incluir pessoas trans na discussão de segurança armado é parte de um contexto mais amplo de ataques ao povo trans desde o início da gestão atual. Desde a volta ao governo, Trump já declarou que “existem apenas dois gêneros”, proibiu a prestação de serviços militares a transgêneros e negou o reconhecimento de identidades trans em instituições culturais e públicas.

Dados de diversos estudos mostram que a fatia de transgêneros envolvidos em crimes violentos é ínfima — entre 0,11% e 2% — enquanto 98% dos casos de tiroteios em massa no país são perpetrados por homens cisgênero, reforçando que armas representam uma ameaça coletiva independentemente do gênero.

Posições oficiais e perspectivas futuras

Em nota enviada à ABC News, um porta-voz do Departamento de Justiça justificou a avaliação afirmando que o objetivo é “evitar padrões de violência vinculados a problemas de saúde mental e uso de substâncias”, sem propostas específicas em andamento.

Especialistas alertam que a tentativa de direcionar a discussão para pessoas trans é uma tática de distração, uma vez que medidas mais eficazes estão relacionadas ao fortalecimento de leis de controle de armas, como verificações de antecedentes e restrições de acesso a armas de alta potência.

O debate político segue intenso diante de uma sociedade polarizada, enquanto organizações e ativistas reforçam a necessidade de proteger direitos civis e combater a violência de forma inclusiva e responsável.

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