A música popular brasileira perdeu nesta segunda-feira (8) uma de suas vozes mais marcantes. Ângela Ro Ro, conhecida por sua interpretação rouca e intensa, morreu aos 75 anos no Rio de Janeiro. Nos últimos meses, a cantora enfrentava complicações de saúde, incluindo infecção hospitalar, e estava internada desde julho, após passar por uma traqueostomia. Segundo familiares, uma parada cardíaca foi a causa do óbito.
Romance conturbado com Zizi Possi
Nos anos 1980, Ângela viveu um relacionamento que marcou sua vida pessoal e profissional: o romance com a cantora Zizi Possi. A relação ganhou repercussão nas páginas policiais da época, com rumores de agressões mútuas. Ângela sempre lidou com o episódio com ironia em shows: “Vocês já sabem: eu sou a única cantora lésbica da MPB”. A confusão chegou a inspirar Caetano Veloso a compor a música “Escândalo” para Ro Ro. Apesar do fim conturbado, Ângela dizia não guardar mágoas e sonhava com um reencontro musical com Zizi.
Namoros polêmicos na vida adulta
Nos últimos anos, sua vida amorosa continuou a atrair atenção da mídia. Em 2020, Ângela namorou a produtora cultural Verônica Menezes, com quem teve desentendimentos públicos e pedidos de desculpas nas redes sociais. Em 2021, assumiu um relacionamento virtual com Mayara Serra de Souza, então com 20 anos, provocando críticas pela diferença de idade de 51 anos. O término da relação foi conturbado, com acusações e centenas de ligações trocadas entre as duas. Mais recentemente, em 2024, a cantora manteve um relacionamento discreto com sua fisioterapeuta, sempre destacando a sinceridade e confiança.
Desafios de saúde e pedidos de ajuda
Além das polêmicas amorosas, Ângela enfrentou sérios problemas de saúde. Em 2025, revelou nas redes sociais ter sido diagnosticada com infecção no sangue e suspeita de câncer, e pediu apoio financeiro devido às dificuldades. Também denunciou ter sido “abandonada” por sua produtora, mas se manteve resiliente e retornou aos palcos em novembro de 2024 com o show “Pilotando o Piano”, no Rio de Janeiro.
Uma carreira marcada pela autenticidade
Nascida no Rio de Janeiro em 1949, Ângela começou a estudar piano aos cinco anos e compunha desde os seis. Adotou o nome artístico inspirado em um apelido de infância, referência à sua voz rouca, e ganhou projeção nacional nos anos 1970. Ao longo da carreira, enfrentou preconceito por sua orientação sexual e episódios de agressão, mas nunca deixou que isso abatesse sua dignidade ou amor pela música.
Ângela Ro Ro deixa um legado profundo na música popular brasileira, sendo admirada não apenas como artista, mas como símbolo de resistência e autenticidade. Sua voz e suas histórias ficarão na memória coletiva do Brasil, inspirando futuras gerações de músicos e fãs. O legado de Ângela Ro Ro sempre será lembrado, e a música perde uma de suas mais icônicas intérpretes.