Brasil, 8 de setembro de 2025
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A importância da sinodalidade na Igreja: entrevista com Paulo Terroso

A sinodalidade na Igreja ganha destaque em entrevista com Paulo Terroso, que enfatiza a necessidade de ações concretas até 2028.

A sinodalidade tem se tornado um tema central nas discussões sobre a Igreja nos últimos anos. Em uma entrevista exclusiva, o padre Paulo Terroso, diretor do Departamento Arquidiocesano de Comunicação Social de Braga e colaborador da Comissão de Comunicação da Secretaria Geral do Sínodo, aborda a importância dessa prática, que visa transformar a Igreja em uma comunidade de discípulos missionários. A implementação do Sínodo, que ocorrerá entre 2025 e 2028, é o foco do episódio 8 da iniciativa “No coração da esperança”, promovida pela Rede Sinodal em Portugal.

Concretizando a sinodalidade nas dioceses

De acordo com Terroso, a sinodalidade não pode ser apenas um conceito abstrato; é necessário que as dioceses adotem atitudes práticas para vivenciá-la. “A sinodalidade existe para a missão, para que a Igreja possa evangelizar neste século XXI”, afirma. Ele a vê como uma chance para que as comunidades se tornem mais ativas na sua própria transformação e no testemunho de fé. Terroso destaca que o documento intitulado “Pistas para a implementação do Sínodo” oferece orientações valiosas para essa aplicação.

“Estamos num momento em que temos um itinerário a seguir. Compete às igrejas locais antecipar suas realidades e tornar a sinodalidade uma prática diária,” frisa o padre. Ele acredita que cada paróquia e diocese deve aplicar as diretrizes do documento de maneira contextualizada, adaptando-as às próprias necessidades.

A formação e o discernimento como pilares

Outro ponto enfatizado por Terroso é a necessidade de formação contínua. “Precisamos de discípulos que se formem na intimidade com o Senhor. A formação é vital para entender a sinodalidade, mas também deve incluir competências em discernimento e conversação espiritual”, explica. Ele menciona que a revitalização de equipes sinodais e a inclusão de novos membros são fundamentais para a implementação bem-sucedida do Sínodo.

Terroso coloca em evidência a frase do Papa Francisco em “Evangelii Gaudium”, que clama por uma renovação eclesial inadiável. Segundo ele, essa renovação é um chamado à ação. “Precisamos levar Cristo ressuscitado à vida das pessoas hoje, e a sinodalidade é uma ferramenta que pode nos ajudar nesse processo,” diz com convicção.

Expectativas para a dinâmica sinodal global

Quando questionado sobre suas expectativas em relação à dinâmica sinodal até 2028, Terroso se mostra realista, embora esperançoso. “Reconheço que existe uma retórica em torno da sinodalidade que, muitas vezes, não se traduz em ação concreta. Por isso, a informação e a formação são essenciais para que as pessoas compreendam de fato o que significa ser sinodal,” afirma.

O padre faz um alerta sobre a importância de não subestimar o impacto que uma decisão sinodal pode ter. “Sinodalidade é um método cristão de tomar decisões, onde precisamos procurar, encontrar e eleger a vontade de Deus,” explica. A introdução de práticas decisórias sinodais pode mudar a forma como a Igreja se organiza e atua.

Uma estratégia nacional para a implementação do Sínodo

No contexto português, Terroso argumenta que uma estratégia nacional para implementar o Sínodo seria extremamente útil. “É fundamental criar itinerários claros e metas definidas. A Rede Sinodal poderia concentrar esforços e unir diferentes grupos que já estão engajados nesse processo,” analisa.

Ele reconhece que ainda existem resistências à ideia de sinodalidade, mas acredita que há um grande potencial para transformação nas comunidades. “Precisamos aproveitar o entusiasmo de pessoas convencidas da necessidade de uma Igreja sinodal. É preciso colaborar e compartilhar boas práticas,” sugere Terroso, enfatizando a importância do trabalho conjunto para o progresso.

Conclusão: A sinodalidade como caminho de esperança

Paulo Terroso nos convida a refletir sobre a sinodalidade não apenas como uma meta, mas como um caminho efetivo rumo à renovação da Igreja. “Estamos em um momento crítico de sua história, e cabe a nós responder a esse chamado. A colaboração e a disposição para ouvir são fundamentais para construirmos uma Igreja mais viva e atuante,” conclui.

À medida que nos aproximamos das fases de implementação do Sínodo, a voz de líderes como o padre Terroso se faz mais necessária do que nunca. O chamado à ação é claro, e a esperança de um futuro mais sinodal para a Igreja se torna uma missão compartilhada.

Laudetur Iesus Christus

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