Brasil, 8 de setembro de 2025
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7 de setembro: direita pede anistia a Bolsonaro e esquerda defende soberania

Em atos opostos, bolsonaristas pedem anistia eleitoral enquanto a esquerda exalta a soberania nacional e critica julgamentos no STF.

No último 7 de Setembro, o Brasil assistiu a um desfile cívico-político atípico, marcado pela polarização entre os apoiadores de Jair Bolsonaro e os defensores da esquerda. Este ano, o Dia da Independência foi cercado por tensões políticas, com a direita mobilizando suas forças em diversas capitais, demandando anistia eleitoral ao ex-presidente, enquanto a esquerda se manifestava em defesa da soberania nacional e da democracia.

Mobilizações em todo o Brasil

A direita bolsonarista, beneficiada por uma maior capacidade de mobilização, promoveu atos em 25 capitais e no Distrito Federal, destacando-se as manifestações na Avenida Paulista, em São Paulo, e em Copacabana, no Rio de Janeiro. Segundo o Monitor do Debate Político da Universidade de São Paulo (USP), cerca de 84,9 mil pessoas se reuniram nesses eventos. Por outro lado, a esquerda, que reuniu uma quantidade consideravelmente menor de manifestantes, registrou 8,8 mil participantes na Praça da República, em São Paulo, e 45 mil em Brasília, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou.

A anistia em pauta

Durante os atos, propostas de anistia para Bolsonaro, atualmente inelegível e enfrentando sérias condenações por sua atuação política, estiveram em destaque. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), presente em Copacabana, pressionou o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, a aprovar um projeto de anistia que inclua a possibilidade de retorno do ex-presidente ao cenário político. Flávio enfatizou que “não existe anistia criminal sem anistia eleitoral”.

Críticas ao STF e ao governo

A mobilização da direita também teve como foco as críticas ao STF, em especial ao ministro Alexandre de Moraes, considerado uma figura antagonista no cenário político atual. Durante o ato na Avenida Paulista, o pastor Silas Malafaia e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, expressaram sua indignação sobre a “tirania de Moraes”, buscando consolidar um discurso unificado em defesa de Bolsonaro.

Os discursos também foram acompanhados de mensagens duras contra as instituições e a condução do julgamento do ex-presidente. Gilmar Mendes, um dos decanos do STF, respondeu às críticas afirmando que o Brasil não aguenta mais as “sucessivas tentativas de golpe” que ameaçam a democracia.

Pronunciamentos em defesa de Bolsonaro

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foi um dos destaques do evento na Avenida Paulista. Em um discurso emotivo, que combinava elementos religiosos e pleiteava justiça, ela relatou a “humilhação” da família diante das pressões legais e reivindicou a liberdade de expressão para seu marido, impedido de participar ativamente da vida política. Sua fala enfatizou a luta contra o que chamou de “perseguição.” Michelle chamou a atenção para a segurança de sua família, mencionando episódios de vigilância que despertaram alarmes entre seus apoiadores.

Os atos da esquerda: uma defesa da soberania

Em contrapartida, as manifestações da esquerda foram marcadas por um forte discurso sobre soberania nacional, especialmente em resposta às sanções impostas pelos Estados Unidos ao Brasil. O governo de Lula, enfatizando a importância de um Brasil autônomo e fortalecido, utilizou a data para reafirmar sua posição alinhada com as necessidades do povo.

Embora as mobilizações tenham sido mais tímidas em comparação com os atos da direita, membros de centrais sindicais e líderes de movimentos sociais se reuniram em várias partes do país, destacando a importância da defesa da democracia e dos direitos trabalhistas.

Um 7 de Setembro tenso e polarizado

Oudias que, ao longo do dia, o clima de tensão não se dissipou, com representações de ambos os lados da divisão política do Brasil se manifestando em diferentes contextos e locais. Em Brasília, o desfile cívico-militar do Dia da Independência, embora tenha contado com a presença de autoridades, ficou caracterizado pela ausência dos ministros do STF, em uma medida que visou evitar qualquer interpretação de conluio entre a Corte e o governo.

Os eventos de 7 de setembro deste ano refletem uma sociedade profundamente polarizada, onde as vozes e reivindicações se confrontam em um ambiente cada vez mais segmentado. A expectativa agora recai sobre como essas tensões e demandas políticas irão se desenrolar nos próximos meses e quais serão as implicações para o futuro político do Brasil.

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