O secretário de defesa Pete Hegseth gerou uma forte reação após declarar que o Pentágono possuía “autoridade absoluta e completa” para atacar uma embarcação venezuelana de drogas, porém sem citar base jurídica para tal afirmação. A situação aconteceu após o ataque a um suposto barco de traficantes ordenado pelo ex-presidente Donald Trump, que matou 11 pessoas.
Falta de respaldo jurídico em ataque a barco de drogas
Durante entrevista na quinta-feira, um repórter questionou: “Qual foi a autoridade legal que o Pentágono usou para realizar o ataque ao barco?”
Hegseth respondeu de forma enigmática: “Primeiramente, apenas a defesa do povo americano. Centenas de milhares de americanos foram mortos por tráfico e fronteiras abertas na administração anterior. Acredito que desferimos um ataque — um barco de drogas — e agora temos 11 narco-terroristas no fundo do oceano. Quem tentar fazer o mesmo, enfrentará o mesmo destino.”
Trump anunciou que ordenou o ataque, alegando que os alvos eram membros do cartel venezuelano Tren de Aragua, classificado como organização terrorista estrangeira em fevereiro pelo próprio governo dos EUA.
Reações e críticas ao uso da força sem base legal
A ação gerou críticas até mesmo de integrantes do Partido Republicano, como o senadore Rand Paul (R-Ky.), presidente da Comissão de Segurança Interna e Assuntos Governamentais. Em entrevista à Newsmax, Paul alertou que o movimento pode estabelecer um precedente preocupante.
“Embora seja difícil ter simpatia por traficantes, questiono: até onde isso vai? Somos o policiamento mundial?”, perguntou. Ele acrescentou que, se o barco fosse interceptado próximo a Miami, a abordagem seria por confisco e prisão, sem necessidade de ataque.
Impasse sobre autoridade legal e riscos futuros
Especialistas apontam que a ausência de uma justificativa legal clara para ataques militares desse tipo aumenta o risco de ações arbitrárias e de uma possível escalada do uso de força sem controle. A postura de Hegseth reforça a preocupação de que o governo possa recorrer à força com justificativas frágeis e sem respaldo jurídico adequado.
A controvérsia evidencia o debate sobre os limites do poder militar e o respeito às normas jurídicas que regulam ações de guerra e operações internacionais.
Perspectivas futuras
Analistas destacam que o episódio pode levar a debates mais intensos sobre a necessidade de clareza legal nas operações militares americanas. O governo deve enfrentar pressões internas e externas para justificar seus atos e evitar precedentes que possam comprometer o Estado de Direito.
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