A Opep+ decidiu acelerar a retomada de sua produção, elevando o volume em 137 mil barris por dia a partir de outubro. A medida faz parte da primeira parcela do total de 1,65 milhão de barris que permanecerão fora do mercado até o fim de 2026, indicando um otimismo cauteloso em relação ao mercado global de petróleo.
Retomada gradual da produção e impacto no mercado
De acordo com o comunicado do grupo, a retomada do suprimento ocorrerá de forma escalonada, com etapas mensais até setembro do próximo ano. Delegados afirmaram que o volume poderá ser ajustado dependendo das condições do mercado, sem detalhar o cronograma exato ou os incrementos aumentando a produção.
Especialistas alertam que, embora o anúncio seja positivo, o volume efetivo provavelmente será menor do que o inicialmente previsto, uma vez que alguns membros do cartel enfrentam restrições de capacidade e enfrentam pressão para compensar o excesso de oferta anterior.
Contexto e consequências globais
Antes dessa decisão, a Opep+ havia concordado em restaurar 2,2 milhões de barris diários em uma série de aumentos acelerados entre abril e setembro — uma aceleração que ocorreu um ano antes do previsto, sem afetar significativamente os preços do petróleo ou criar um excesso de estoques no Ocidente, onde estão as principais referências de preços.
Para o mercado internacional, a redução da reserva de produção ociosa, que poderia ser ativada em momentos de crise, representa uma ameaça à estabilidade a longo prazo do abastecimento global de petróleo. Ainda assim, a resistência dos preços ao aumento de oferta demonstra a resiliência do mercado neste cenário.
Perspectivas futuras e influências geopolíticas
Estudos indicam que a estratégia de ampliar a produção deve agradar ao presidente dos EUA, Donald Trump, que há tempos defende preços mais baixos para o petróleo para controlar a inflação. Além disso, a medida aumenta a pressão sobre a Rússia, importante exportadora, na sua guerra contra a Ucrânia.
O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, planejando uma visita a Washington em novembro, deve discutir com Trump o fortalecimento da cooperação no setor energético, reforçando o entendimento de que o aumento na produção visa também interesses políticos.
Apesar da queda de 12% nos preços do petróleo neste ano, a reação do mercado à estratégia do cartel demonstra uma expectativa de que os preços não sofram quedas drásticas, mesmo com a maior oferta prevista.
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