A congressista republicana da Carolina do Sul, Nancy Mace, deixou uma reunião fechada com vítimas de Jeffrey Epstein em Washington, D.C., alegando ter sofrido um “ataque de pânico”. Mace, que faz parte do Comitê de Supervisão que investiga o caso Epstein, foi vista saindo abruptamente do encontro visivelmente chorando e visivelmente abalada, o que gerou reações diversas. Ela posteriormente explicou sua saída em suas redes sociais, demonstrando solidariedade às vítimas.
Reação e ironia após explicação de Mace
Embora Mace tenha escrito em sua conta no X (antigo Twitter) que sente a dor das vítimas e seu esforço por justiça, críticos apontam uma evidente contradição no seu posicionamento. A parlamentar já fez denúncias pessoais de abusos sexuais, acusando quatro homens — incluindo seu ex-noivo — de estupro e agressões, alegações que ela sustentou em discurso na Câmara, apesar de alguns dos acusados negarem e um deles processá-la por difamação.
“Hoje, vejo sua saída emocional como mais uma peça de um quadro onde suas ações muitas vezes parecem alinhadas com interesses políticos, incluindo sua fidelidade ao ex-presidente Donald Trump, aliado de longa data”, afirma analista político ouvida por HuffPost.
O vínculo de Mace com Trump e o contrassenso
Fidelidade ao ex-presidente e as acusações de abuso
Apesar de sua aparente empatia com vítimas de Epstein, Nancy Mace mantém uma posição de apoio ferrenho a Donald Trump, que foi condenado em um processo civil por estupro de E. Jean Carroll, além de ser alvo de acusações de assédio sexual por várias mulheres ao longo de décadas. Trump, inclusive, é notório por comentários misóginos, como a famosa frase de 2005 sobre poder agarrar mulheres “pelo sexo”.
“A conexão de Mace com Trump revela um conflito evidente”, ressalta especialista em política brasileira e internacional. “Ela demonstra solidariedade com vítimas de Epstein, mas sua lealdade com Trump coloca em xeque sua sinceridade.”
Documentos de Epstein e o silêncio seletivo
Na mesma semana, o Comitê de Supervisão divulgou milhares de documentos do caso Epstein, embora de forma pouco acessível, hospedados em uma pasta no Google Drive. Enquanto isso, Trump continua negando qualquer envolvimento nos abusos, embora seu nome apareça reiteradamente nos registros e relatórios ligados ao caso.
Em entrevista recente, fontes próximas à investigação indicam que documentos contendo nomes de figuras importantes, incluindo o do ex-presidente, estão no material liberado, levantando suspeitas sobre a transparência do governo anterior e atual.
Repercussão pública e reflexões
Reações ao episódio de Mace mostram uma sociedade cada vez mais atenta às contradições de seus representantes. “A sinceridade de quem chora por vítimas não se sustenta quando há vínculos com figuras controversas,” comenta ativista de direitos humanos. “Mostra, mais uma vez, como interesses políticos muitas vezes pesam mais que a empatia real.”
A controvérsia reforça o debate sobre a autenticidade de discursos de empatia e a importância de transparência nas investigações de crimes sexuais, especialmente quando envolvem figuras de destaque na política e no poder.
Para quem busca apoio ou informações sobre violência sexual, recomenda-se acessar o RAINN ou o National Sexual Violence Resource Center.
