No último domingo (7), a Praça da República, em São Paulo, foi palco de uma grande manifestação organizada por centrais sindicais e lideranças da esquerda. O ato buscou defender a soberania nacional e protestar contra a proposta de anistia a bolsonaristas, cuja discussão ganha força no Congresso Nacional.
A mobilização e seus protagonistas
A mobilização teve a presença de figuras de destaque do governo, como os ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Luiz Marinho (Trabalho), além do presidente nacional do PT, Edinho Silva. Os deputados federais Guilherme Boulos (PSOL) e Érika Hilton (PSOL) também marcaram presença, demonstrando a união de forças em torno da causa. A manifestação começou por volta das 11h, com um clima nublado e temperatura amena, envolvendo não apenas políticos, mas também militantes e apoiadores da causa.
Embora a defesa da soberania nacional fosse o foco inicial, as falas dos líderes presentes logo se concentraram nas críticas à anistia proposta para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro. O presidente estadual do PT, Kiko Celeguim, disparou críticas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), questionando suas intenções ao apoiar a proposta de anistia. “Uma anistia não interessa ao País, interessa a um grupo pequeno”, afirmou, enfatizando a gravidade da situação.
Críticas e pautas em discussão
Os discursos tomaram um tom agressivo, com o deputado estadual Antônio Donato (PT) e a vereadora Silvia, da Bancada Feminista (PSOL), chamando Tarcísio e o ex-presidente Jair Bolsonaro de “traidores da pátria” e “capachos do Trump”, respectivamente. A manifestação ressaltou a urgência de se debater outras pautas sociais, como a taxação dos super-ricos e a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, além da proposta de redução da jornada de trabalho sem diminuição salarial.
Contexto atual: Anistia em discussão no Congresso
No cenário político, o debate sobre a anistia tem ganhado força. Na última terça-feira (2), o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Os desdobramentos desse julgamento podem impactar diretamente a discussão sobre a anistia. A proposta tem gerado polêmica, especialmente com a pressão de aliados de Bolsonaro na Câmara dos Deputados, onde o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) ainda não colocou em votação qualquer projeto relacionado à anistia.
As especulações sobre o alcance da anistia incluem se ela se aplicaria somente a condenados pelos ataques de 8 de janeiro ou se alcançaria também o ex-presidente Bolsonaro e seus aliados que estão sendo julgados. O governo, por sua vez, se posiciona contra a votação de qualquer proposta de anistia, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem convocado a população a se mobilizar contra a medida.
Conclusão: Um povo em alerta
A manifestação de domingo refletiu não apenas as preocupações com a soberania nacional, mas também um alerta sobre os perigos que uma possível anistia representaria para a democracia no Brasil. A união de centrais sindicais e líderes de esquerda evidencia um chamado à resistência frente a iniciativas que possam comprometer a Constituição e os valores democráticos. Como o futuro da discussão sobre a anistia e a situação política do Brasil se desenrolarão nos próximos dias, a pressão popular permanece forte, mostrando que a sociedade civil está atenta e pronta para agir.