No Dia da Independência do Brasil, uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, atraiu 48,2 mil pessoas que pediam apoio a Jair Bolsonaro. O ex-presidente, que é réu em um processo por tentativa de golpe de Estado, teve a presença de seus apoiadores marcada por discursos críticos ao Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, e por reivindicações de anistia ampla para os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
A presença significativa de apoiadores
A estimativa de público foi realizada pelo projeto “Monitor do Debate Político”, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), em colaboração com a ONG More in Common. A metodologia utilizada incluiu a análise de imagens aéreas e inteligência artificial, com uma margem de erro de 5,1 mil pessoas. De acordo com os dados, a contagem inicial varia entre 37,1 mil e 48,3 mil manifestantes presentes no ato.
As imagens foram capturadas por drones em quatro horários diferentes, formando 15 registros. Para calcular a quantidade de participantes, foi adotado o método Point to Point Network (P2PNet), que demonstrou uma precisão de 72,9% na detecção de pessoas.
Crescimento em comparação a manifestações anteriores
Esse ato superou em 12% o público do último protesto a favor de Bolsonaro, ocorrido no mês passado, onde a participação foi menor. Além disso, essa manifestação se destacou pelo número consideravelmente maior de apoiadores em comparação ao ato organizado pela esquerda, que ocorreu na Praça da República e contou com cerca de 8,8 mil participantes.
O protesto de 7 de setembro foi o quarto maior entre os oito realizados na Avenida Paulista desde que Bolsonaro começou a questionar a confiabilidade das urnas em 2022. Em termos históricos, o maior protesto ocorreu em fevereiro de 2024, com aproximadamente 185 mil pessoas, após o ex-presidente ser alvo de investigação da Polícia Federal.
Por outro lado, o protesto com o menor número de apoiadores nesta mesma avenida ocorreu em junho de 2024, quando apenas 12,4 mil pessoas se reuniram em apoio a Bolsonaro, justo no momento em que ele enfrentava questionamentos sobre sua suposta participação em uma tentativa de golpe.
Motivações e discursos da manifestação
Sob o lema de “anistia ampla e irrestrita”, a manifestação deste domingo foi caracterizada por discursos direcionados ao Congresso Nacional para que se avance no projeto de lei relacionado à anistia. Além disso, os manifestantes expressaram indignação em relação ao STF, pedindo a liberdade de Bolsonaro e criticando severamente os esforços judiciais contra ele.
Os organizadores destacaram a relevância do ato, especialmente em um período em que a opinião pública está dividida sobre os recentes desdobramentos políticos e judiciais envolvendo o ex-presidente. A manifestação não apenas evidenciou a força de seus apoiadores, mas também o impacto duradouro que a figura de Bolsonaro continua a ter no cenário político brasileiro.
Apesar do grande número de participantes, a polarização que marca a política brasileira se refletiu nas diferentes manifestações programadas para a mesma data, mostrando como a sociedade continua a se dividir em torno de figuras e ideologias distintas.
Os eventos do 7 de setembro, combinados com as pressões por reformas políticas e judiciais, sinalizam um ambiente político tenso e a necessidade de um diálogo construtivo entre as partes envolvidas.
Com o olhar voltado para o futuro, o contexto atual se torna mais desafiador, tanto para o governo quanto para seus opositores, que devem navegar por um oceano de descontentamentos e expectativas populares.
O apoio à anistia e o tom crítico aos membros do STF ressaltam a fervorosa defesa da base bolsonarista em tempos de adversidade, evidenciando a resiliência de um movimento que ainda busca expressar suas exigências e continuar ocupando espaço no debate político nacional.
