A recente indicação de Fred Queiroga Pinto como superintendente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) na Paraíba, pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), gerou um verdadeiro alvoroço nos meios políticos e na sociedade. Isso porque Queiroga está proibido de exercer cargos públicos por cinco anos devido a uma condenação por desvio de verba pública, fato que levanta questões sobre a legalidade e a ética dessa indicação no cenário político brasileiro.
A condenação de Fred Queiroga
Queiroga já havia sido condenado em primeira instância a nove anos de prisão por um esquema de fraudes que envolveu seu pai, Dudu Pinto, ex-prefeito de Boa Ventura. O caso, que tramita no Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), revela que ambos foram acusados de forjar contratos de locação de veículos, resultando em um desvio de R$ 170 mil, após correção monetária.
As irregularidades, ocorridas entre 2005 e 2006, foram detalhadas pelo Ministério Público da Paraíba (MP), que apontou que Queiroga, enquanto tesoureiro na administração de seu pai, ajudou a manipular licitações para beneficiar seu círculo familiar. Um dos eventos mais importantes foi a locação fraudulenta de uma Chevrolet Veraneio, uma ação que culminou em sua condenação em junho de 2023.
O papel de Hugo Motta e a justificativa da Codevasf
A assessoria do presidente da Câmara, Hugo Motta, garantiu que não há “ilegalidade” na indicação de Queiroga e que a responsabilidade pelas contratações é do órgão em questão. Já a defesa de Queiroga afirmou que ele está recorrendo da sentença e nega quaisquer atos ilícitos associados à sua gestão pública.
Por sua vez, a Codevasf emitiu uma nota onde declarou que a nomeação de Queiroga foi baseada em uma análise criteriosa de sua formação e experiência profissional, além de não haver nenhuma proibição legal para que ele ocupasse o cargo. “Após a análise da documentação legal e pessoal do empregado, concluiu-se pela aptidão ao cargo”, afirmou a entidade.
Consequências legais e reações políticas
Além da condenação, Queiroga foi sentenciado à inabilitação para funções públicas por um período de cinco anos. O desembargador Márcio Murilo da Cunha Ramos justificou a decisão, enfatizando que a conduta ilegal de ambos, pai e filho, contribuiu para a questão do desvio de recursos públicos. O MP alegou que a fraude demonstrou uma violação significativa das responsabilidades dos agentes públicos, o que acendeu a discussão sobre a ética na política local.
A situação não só coloca Queiroga e Motta sob os holofotes, mas também sinaliza um embate sobre a integridade na política da Paraíba e, por extensão, do Brasil. Investigadores revelaram que parte dos recursos destinados a locação dos veículos foi usada para pagar empréstimos pessoais de Queiroga, levantando padrões de Administração pública questionáveis.
Tudo indica no horizonte político de 2026
Em um contexto manifesto, a nomeação de Queiroga acontece em um momento de reformulação política na região, especialmente visando as eleições de 2026. O Republicanos, partido ao qual Motta e Queiroga pertencem, enfrenta desafios e pressões internas para solidificar seu papel no cenário político nacional. Essa nomeação pode refletir uma tentativa de alinhar interesses políticos dentro de uma estratégia maior.
À medida que a sociedade civil toma conhecimento dos detalhes deste caso, cresce o questionamento sobre a moralidade das escolhas políticas que afetarão o futuro da governança no estado. As implicações de ações como esta podem arrecadar uma onda de indignação pública e demandas por accountability. As consequências da decisão de Motta e a resposta da população à sua escolha terão impactos duradouros na percepção de integridade no serviço público.
Por fim, a defesa de Fred Queiroga e a justificativa da Codevasf visam restabelecer a confiança em sua capacidade de liderança, mas a legalidade e a ética estarão, sem dúvida, no centro das discussões às vésperas de decisões políticas importantes. O que se espera agora é uma análise crítica e um acompanhamento das consequências para a política da Paraíba como um todo nos próximos anos.