Neste domingo (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu início ao desfile cívico-militar em celebração ao Dia da Independência, que aconteceu na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O presidente Lula ressaltou a importância da soberania e da união dos brasileiros em defesa da democracia, .
O desfile e suas mensagens políticas
Ao lado da primeira-dama, Janja da Silva, Lula chegou em um carro aberto, o tradicional Rolls-Royce presidencial, antes de inspecionar as tropas nas proximidades do Palácio do Planalto. Assim que desembarcaram na tribuna, o presidente e a primeira-dama foram recebidos pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e pelos líderes das três Forças Armadas.
Este ano, o desfile foi realizado em um contexto de tensão política, marcado por uma crise bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos. O presidente americano, Donald Trump, impôs tarifas comerciais sobre produtos brasileiros como uma forma de pressionar o país a apoiar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Bolsonaro está sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes relacionados a uma tentativa de golpe e a violação do Estado Democrático de Direito, com o julgamento sendo concluído esta semana.
Em meio a esse cenário, o tema central do desfile foi a soberania do Brasil. Além disso, outras alas abordaram questões como o “Brasil dos Brasileiros” e o “Brasil do Futuro”, com destaque para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém em novembro. Um dos eixos também se referiu ao Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A organização do evento distribuiu bonés estampados com a frase “Brasil Soberano”, que também estava presente na decoração das tribunas. O desfile, que durou cerca de duas horas e contou com a exibição da Esquadrilha da Fumaça, incluiu não apenas um desfile militar, mas também a participação de estudantes de escolas públicas e forças de segurança do Distrito Federal.
Protestos e segurança no desfile
O clima durante o desfile foi marcado por gritos de “sem anistia” e “soberania não se negocia” por parte do público. Essa mobilização reflete a intensa polarização política que permeia o Brasil atualmente. O aumento da segurança tanto na Esplanada quanto na Praça dos Três Poderes foi uma medida adotada para assegurar a tranquilidade do evento e o andamento do julgamento no STF.
Na véspera do desfile, em um pronunciamento à nação, Lula ressaltou a importância da soberania e da união dos brasileiros em defesa da democracia, do meio ambiente e das instituições do país. O discurso foi transmitido em rede nacional e teve forte ressonância no contexto atual.
Presenças notáveis e ausências no evento
O evento contou com a presença de diversas personalidades políticas, entre elas o vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente da Câmara, Hugo Motta. No entanto, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, não esteve presente devido a uma viagem oficial à França, assim como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Outros ministros também se ausentaram, mas a maioria dos membros do governo estava presente, incluindo Rui Costa (Casa Civil) e Marina Silva (Meio Ambiente).
Por outro lado, os ministros Carlos Fávaro (Agricultura), Fernando Haddad (Fazenda) e Luiz Marinho (Trabalho) não compareceram, consolidando uma edição do desfile marcada pela polarização e por um forte apelo à soberania nacional. Ao final do evento, Lula desceu da tribuna para saudar o público, fechando uma cerimônia que, apesar das tensões atuais, buscou reafirmar a identidade e a resiliência do Brasil.
O desfile do Dia da Independência deste ano, mais do que uma demonstração de força e militarismo, se apresentou como um momento de reflexão sobre os desafios que o país enfrenta e a importância da participação cidadã na construção de um futuro mais justo e soberano.