No dia 7 de Setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá transformar o tradicional desfile cívico-militar de Brasília em um importante palco de reforço à soberania nacional. O evento ocorrerá em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e à pressão por anistia a condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Com uma ala dedicada ao “Brasil dos brasileiros”, o governo busca resgatar símbolos nacionais, além de fazer um contraponto aos símbolos do bolsonarismo e à retórica de Donald Trump.
Um discurso de resistência e soberania
Na véspera do Dia da Independência, Lula fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, onde criticou aqueles que chamou de “traidores da pátria”. O presidente também ressaltou a importância do sistema de pagamentos instantâneos, Pix, e os diversos programas sociais e políticas públicas do seu governo.
— Defendemos a nossa democracia e resistiremos a qualquer um que tente golpeá-la. É inadmissível o papel de alguns políticos brasileiros que estimulam os ataques ao Brasil. Foram eleitos para trabalhar pelo povo brasileiro, mas defendem apenas seus interesses pessoais. São traidores da pátria — enfatizou Lula.
Um recado claro foi direcionado ao governo dos Estados Unidos. O presidente lembrou que o Brasil não é uma colônia de ninguém.
— Não somos e não seremos novamente colônia de ninguém. Mantemos relações amigáveis com todos os países, mas não aceitamos ordem de quem quer que seja. O Brasil tem um único dono, o povo brasileiro — declarou Lula.
O desfile e sua importância simbólica
O desfile de 7 de setembro, previsto para iniciar às 9h, após a recepção oficial ao presidente, terá um forte apelo temático. O governo anunciou que haverá blocos que refletirão o lema “Brasil dos Brasileiros”, além de temas importantes como a “COP30 e Novo PAC” e o “Brasil do Futuro”. A programação conta com um desfile motorizado, a apresentação da Esquadrilha da Fumaça e uma pirâmide humana, com honras militares.
Além disso, o evento abordará questões ambientais e de sustentabilidade, evidenciando o compromisso do governo com a Conferência do Clima que ocorrerá em Belém em novembro. O desfile se propõe, assim, a ser um espaço não apenas de celebração, mas também de reflexão sobre os desafios que o Brasil enfrenta.
Segurança e acessibilidade no evento
Devido ao contexto do julgamento de Jair Bolsonaro e outros envolvidos, a segurança do evento será extremamente rigorosa. A atuação conjunta do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Polícia Federal e Forças Armadas garantirá a proteção durante todo o evento. O uso de câmeras e drones, além da presença de unidades especializadas da polícia, visa proteger a segurança do público e dos participantes.
A Esplanada dos Ministérios será interditada para veículos a partir das 17h do dia anterior ao desfile. O transporte público será gratuito, e o acesso ao desfile será controlado, com pontos de revista e proibição de armas e objetos cortantes. Alimentos e bebidas em recipientes plásticos, bonés, chapéus e protetores solares serão permitidos, assim como algumas medidas para garantir o conforto do público presente.
Imagens de orgulho nacional
Autoridades confirmadas para o evento incluem uma série de representantes do governo, mas algumas ausências notáveis foram registradas para este ano. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, está em viagem à França; o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, encontra-se no Amapá; enquanto o presidente da Câmara, Hugo Motta, ainda não confirmou sua presença.
Projeções especiais em prédios públicos, como o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto, exibirão imagens que representam o orgulho nacional, reforçando o comprometimento do governo em celebrar a independência do Brasil, destacando a soberania e a democracia. O Planalto descreveu o evento como um “show de cores e imagens que representa o povo brasileiro e a soberania do país”.
Assim, o desfile do 7 de setembro, sob a liderança de Lula, se desenha como um momento importante não apenas para a celebração da Independência do Brasil, mas também como um marco da luta pela soberania e pelos valores democráticos no país.