Brasil, 7 de setembro de 2025
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Assessor da Casa Branca defende total independência do Federal Reserve

Kevin Hasset, cotado para liderar o Fed, reforça que banco central deve atuar sem influência política, inclusive de Trump

Kevin Hasset, assessor econômico da Casa Branca e um dos principais nomes considerados para substituir Jerome Powell na presidência do Federal Reserve (Fed), afirmou nesta semana que o banco central dos Estados Unidos deve ser completamente independente, incluindo de interferências do presidente Donald Trump.

Independência total do Banco Central

Durante entrevista ao programa Face the Nation, da CBS, Hasset ressaltou que “100% da política monetária do Federal Reserve precisa ser completamente independente de influência política”. Segundo ele, a experiência de outros países demonstra que permitir que presidentes controlem o banco central resulta em inflação elevada e aumento da pobreza entre os consumidores.

“A política monetária deve ser feita sem influência de interesses políticos ou partidários, pois isso compromete a credibilidade e a estabilidade do sistema”, afirmou Hasset. Para ele, tanto democratas quanto republicanos concordam com a necessidade de autonomia do banco central.

Possíveis nomes para liderar o Fed

Ao menos três nomes podem ser considerados por Donald Trump na disputa pela presidência do Fed. Além de Hasset, estão cotados Kevin Warsh, ex-funcionário do banco central, e Christopher Waller, atual diretor do Fed. Entretanto, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que o governo pretende analisar até 11 candidatos ao cargo.

Críticas à transparência do Fed

Hasset também alertou que o Federal Reserve tem dado sinais de fragilidade na sua independência e credibilidade ao expandir suas funções além de suas atribuições tradicionais. Ele questionou se, atualmente, o banco central funciona de maneira tão transparente quanto deveria.

“A questão é se o banco central realmente tem sido tão independente quanto gostaríamos, e acredito que há uma controvérsia a respeito disso”, declarou o assessor.

Revisões e críticas recentes

Na semana passada, Scott Bessent criticou duramente o Fed por supostamente ultrapassar os limites de seu mandato, o que ele chamou de “expansão indevida de funções”. O secretário defendeu uma revisão completa na atuação do banco central, incluindo sua política monetária.

Apesar de concordar com Bessent em alguns pontos, Hasset afirmou que atualmente não planeja assumir a liderança do Fed, destacando que está satisfeito com seu papel de consultor econômico.

Autonomia e intervenções de Trump

A autonomia do Fed voltou ao centro das atenções devido aos esforços do presidente Donald Trump de pressionar para redução das taxas de juros, inclusive ordenando a renúncia de Lisa Cook, integrante do colegiado do banco central. A interferência do mandatário tem sido alvo de críticas por comprometer a independência do órgão.

Dados de emprego e críticas de Trump

Em agosto, a taxa de desemprego nos EUA subiu para 4,3%, maior nível desde 2021, após o crescimento do emprego desacelerar e criar apenas 22 mil novas vagas, marcando a primeira retração desde 2020. Trump, que chegou a demitir Erika McEntarfer, líder do Departamento de Estatísticas do Trabalho, acusou o órgão de manipular os dados de emprego e revisões posteriores.

O ex-presidente voltou a atacar o atual presidente do Fed, Jerome Powell, após a divulgação de dados fracos sobre o mercado de trabalho. Além disso, Trump nomeou EJ Antoni, economista da Heritage Foundation, para substituir McEntarfer, mas a confirmação só ocorrerá após sabatina no Senado.

Perspectivas futuras

Questionado sobre possíveis ações em caso de decisões da Suprema Corte que invalidem medidas tarifárias do governo, Hasset considerou esse cenário “muito pouco provável”. Ele afirmou que, se necessário, o governo pode recorrer às Seções 301 ou 232 da Lei de Comércio para justificar tarifas, como retaliadas contra países ou medidas de defesa de setores estratégicos.

Por fim, o assessor reforçou a importância de manter a independência do banco central como requisito fundamental para garantir a estabilidade econômica dos Estados Unidos.

Para mais detalhes, acesse a matéria completa no link original.

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