Brasil, 6 de setembro de 2025
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Waguinho é nomeado em estatal e traz aliados para PortosRio

Ex-prefeito de Belford Roxo, Waguinho assume novo cargo e leva aliados para a PortosRio, em meio a polêmicas em sua gestão anterior.

O ex-prefeito de Belford Roxo, Waguinho (Republicanos), foi nomeado para uma importante função na PortosRio, uma empresa pública federal, na qual ele assume a assessoria de Relações Institucionais. A novidade avança sua relação com aliados de sua gestão na Baixada Fluminense, e sua nomeação gerou reações no cenário político local.

A nova equipe de Waguinho na PortosRio

Além de Waguinho, outros sete aliados que trabalharam em sua gestão na prefeitura de Belford Roxo também foram nomeados para cargos na PortosRio. Dentre eles, destacam-se Flávio Vieira da Silva, atual presidente da empresa e ex-secretário de Saúde durante a administração de Waguinho, e os superintendentes Aramis Rodrigues dos Santos Junior (Recursos Humanos), Denis de Oliveira Venancio (Gestão Estratégica), Paulo Vinícius Rodrigues Ribeiro (Planejamento), Pedro Simão da Costa Macedo (Administração) e Elisabete Maria de Oliveira Souza (Gabinete da Presidência).

O GLOBO, que questionou a PortosRio sobre a influência que a passagem pela prefeitura de Belford Roxo teve nas nomeações, não obteve uma resposta oficial. É válido ressaltar que o chefe da assessoria de comunicação da PortosRio, Wallace Gross Batinga, também é ex-funcionário da gestão de Waguinho.

Desafios e polêmicas envolvendo Waguinho

No início de 2023, Waguinho foi considerado para assumir a presidência da PortosRio, mas sua nomeação foi barrada pela Lei das Estatais, que proíbe a ocupação de cargos em estatais sem um período de espera após a atividade política. Até junho, ele era o presidente do diretório estadual do Republicanos, partido que também tem em suas fileiras o atual ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

Em resposta a questionamentos, Waguinho afirmou que sua nomeação para a área de relações institucionais foi um convite feito pelo presidente da PortosRio e pelos aliados que ele havia colocado no cargo. Segundo ele, essa função oferece a oportunidade de realizar articulações tanto em Brasília quanto a nível local.

O estreitamento de laços com o governo federal

Waguinho estreitou seus laços com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022, quando foi o único prefeito da Baixada Fluminense a apoiar Lula. Essa aproximação rendeu dividendos políticos para Waguinho, que viu sua esposa, a deputada federal Daniela Carneiro (União-RJ), assumir o Ministério do Turismo. No entanto, ela foi demitida em 2023 em meio a conflitos internos em seu partido.

A PortosRio, anteriormente conhecida como Companhia Docas do Rio de Janeiro, é responsável pela gestão de portos em regiões estratégicas como Itaguaí, Angra dos Reis, Niterói e Cabo Frio. A empresa desempenha um papel crucial na arrecadação de tarifas de embarcações e na logística de mercadorias, algumas dessas sendo ilegais, o que exige uma gestão cuidadosa e transparente.

Experiência e polêmicas na liderança da PortosRio

Flávio Vieira, presidente da PortosRio, não possui experiência prévia no setor portuário, conforme informações disponíveis sobre seu currículo. Antes de sua nomeação, Flávio atuou nas áreas de Saúde e de Casa Civil na gestão de Waguinho. Essa falta de experiência, aliada ao histórico político de Waguinho, trouxe à tona críticas em relação à prática de nepotismo e favoritismo nos cargos públicos.

Entre os ex-secretários que foram nomeados para posições na PortosRio está Denis Venancio, que já atuou como titular da pasta de Esportes em Belford Roxo. Venancio, que foi candidato a vereador ano passado, expressou gratidão a Waguinho por sua nova oportunidade. Outro nome é Aramis Rodrigues, que esteve à frente da Secretaria de Ciência e Tecnologia e enfrentou investigações do Ministério Público por envolvimento em um suposto esquema de compra de votos.

Investigações e controvérsias que cercam a gestão de Waguinho

A gestão de Waguinho não esteve isenta de controvérsias. A Polícia Federal deflagrou uma operação em fevereiro investigando supostos desvios de R$ 100 milhões na compra de livros didáticos pela prefeitura durante sua administração. Além disso, a Polícia Civil do Rio investiga indícios de desvios de R$ 14 milhões do Instituto de Previdência de Belford Roxo, com ligações diretas a aliados de Waguinho.

Essa série de investigações, aliada ao seu histórico político e suas conexões com figuras controversas, como o ex-deputado Eduardo Cunha, cuja imagem está marcada pela corrupção, levanta questionamentos acerca do futuro político de Waguinho e a eficácia de sua nova função na PortosRio.

Com tantas pendências e um cenário tumultuado, o desempenho de Waguinho e sua equipe na PortosRio será observado de perto por eleitores e críticos, que esperam por segurança, transparência e eficácia na gestão dessa importante estatal.

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