Brasil, 6 de setembro de 2025
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UE banir TPO em esmaltes em gel devido a riscos à saúde

Região europeia proíbe químico potencialmente carcinogênico em produtos de beleza, enquanto nos EUA ainda é permitido. Entenda os riscos.

O Conselho Europeu proibiu, a partir de 1º de setembro, o uso do trimetilbenzoyl diphenilfosfina (TPO) em produtos cosméticos, especialmente esmaltes em gel, devido aos seus possíveis efeitos nocivos à saúde. A medida visa restringir o uso de ingredientes classificados como reprodutivos tóxicos pelo sistema europeu de avaliação de riscos.

Proibição do TPO na União Europeia e seus motivos

De acordo com a Comissão Europeia, o TPO foi classificado como uma “reprodutivo tóxico da categoria 1B” — hipótese de ser carcinogênico, mutagênico ou reprotoxico baseada em estudos com animais. A proibição reforça a política de precaução quanto à segurança dos consumidores.

Segundo o site oficial do órgão, “produtos contendo TPO que já estejam no mercado antes de 1º de setembro não podem mais ser distribuídos ou disponibilizados para venda.” Para profissionais de cosméticos na UE, a venda ou doação dessas formulações também estão proibidas.

Entendendo os riscos do TPO

Por que o TPO é considerado perigoso?

O TPO ajuda na secagem do esmalte ao reagir com luz ultravioleta, permitindo que o produto endureça. No entanto, estudos ambientais indicam que a exposição ao composto pode causar efeitos reprodutivos adversos, incluindo alterações na fertilidade, impactos nos testículos e redução do peso fetal em animais de laboratórios. A classificação da UE é baseada em dados de estudos toxicológicos na qual a substância demonstrou potencial de causar câncer, mutações ou efeitos reprodutivos nocivos.

“Os testes geralmente envolvem a administração do químico a animais de laboratório, como ratos e coelhos, onde se observa irruption na fertilidade, alterações na produção de esperma e impacto na gestação”, explica Carmen Marsit, professora de saúde ambiental na Universidade Emory. Ressalta-se que as doses utilizadas nesses testes são superiores às frequentes exposições humanas.

Importância da diferenciação entre riscos reais e potenciais

Marsit reforça que, embora o TPO apresente potencial de causar danos, a probabilidade de efeitos adversos na vida cotidiana seja baixa, especialmente por ser aplicado localmente na unha e em doses controladas. “No entanto, a combinação com outros produtos químicos no ambiente pode potencializar riscos à saúde”, afirma.

Nos Estados Unidos, a legislação de cosméticos é menos restritiva; a FDA, órgão de vigilância sanitária, não exige aprovação prévia de ingredientes, apenas responsabiliza os fabricantes pela segurança e rotulagem dos produtos. “A abordagem europeia é mais cautelosa, visando proteger a saúde pública”, comenta Marsit.

O que os consumidores devem saber

Especialistas como Kelly Dobos, química de cosméticos, afirmam que, durante a aplicação do esmalte em gel, o contato do TPO com o corpo é bastante limitado, reduzindo a absorção sistêmica. “A maioria das marcas atualmente já busca alternativas ao TPO”, diz ela.

Para quem deseja evitar riscos, existem opções livres de TPO no mercado de esmaltes em gel. Ao visitar salões, é importante perguntar sobre os ingredientes utilizados, já que muitas vezes não é possível verificar os rótulos no local. Além disso, evitar exposições frequentes às lâmpadas UV, que potencialmente aumentam o risco de câncer de pele, também é recomendado.

Proteções adicionais e cuidados recomendados

Dermatologistas, como Dr. Shari Lipner, orientam o uso de protetor solar e luvas sem dedos durante as sessões de manicure com gel. “Essas medidas ajudam a minimizar a exposição à radiação UV e a química,” avalia ela. Para quem se preocupa com os riscos, a escolha por esmaltes tradicionais ou tratamentos sem UV pode ser uma alternativa segura.

Enquanto a Europa adota uma postura de maior precaução, nos EUA a fiscalização e as restrições ainda são mais brandas, deixando a responsabilidade de avaliar os riscos para os consumidores. A decisão do bloco europeu reforça a necessidade de maior atenção às químicas usadas em cosméticos e seus possíveis efeitos a longo prazo.

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