Brasil, 6 de setembro de 2025
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TH Joias: ex-deputado é acusado de lavagem de dinheiro e vínculos com tráfico

Ex-deputado Thiego Raimundo é alvo de investigação por movimentar R$ 140 milhões, supostamente ligados ao tráfico de drogas.

O ex-deputado Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, está no centro de uma polêmica investigação que revela a movimentação de grandes quantias de dinheiro, levantando suspeitas de lavagem de dinheiro e vínculos com o tráfico de drogas. Segundo cálculos do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e da Polícia Federal (PF), o grupo de TH teria movimentado cerca de R$ 140 milhões nos últimos cinco anos. O inquérito aponta que ele, junto com outros envolvidos, patrocinou um sofisticado esquema de ocultação de ativos ilícitos.

A ostentação e as evidências

A ostentação de Thiego é evidente em diversas imagens divulgadas, onde ele aparece deitado em uma cama cercado por maços de dinheiro em espécie, que a polícia acredita somar até R$ 5 milhões. A Polícia Federal já o prendeu em sua residência, onde foram encontrados indícios de que o ex-deputado utilizava sua posição para facilitar operações de lavagem de dinheiro, utilizando “laranjas” e empresas fictícias para justificar as transações financeiras.

Em um dos relatos da PF, é mencionado que “os elementos probatórios reunidos nos Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) revelam um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro, caracterizado pela movimentação de grandes volumes de dinheiro em espécie e operações de câmbio no mercado paralelo.” A prática, segundo as investigações, tinha como objetivo consolidar e expandir a atuação de uma organização criminosa.

Relacionamentos perigosos

Outro ponto alarmante da investigação é a ligação de TH com o traficante Luciano Martiniano da Silva, conhecido como Pezão, que está foragido há anos. Durante um curto período entre abril e maio de 2024, TH teria feito transferências de valores significativos em dólares para Pezão, totalizando cerca de US$ 1,7 milhão. A polícia encontrou evidências de que TH não apenas tinha acesso ao dinheiro de Pezão, mas também participou ativamente da conversão de reais em dólares para facilitar operações ilegais do tráfico.

Operação em andamento

A investigação, conduzida pela Delegacia de Repressão à Entorpecentes da Polícia Federal, aponta que TH e colaboradores, como Dudu e Índio, estavam estabelecendo uma linha direta para converter ativos financeiros ilícitos. Um dos momentos marcantes dessa operação foi quando, em 17 de abril de 2024, TH foi até a casa de Índio, no Complexo do Alemão, para buscar R$ 5 milhões. Parte desse montante foi trocada por dólares, e diversas transações subsequentes foram registradas.

Os investigadores descreveram essa atividade como uma tentativa deliberada de evitar os mecanismos regulatórios do sistema financeiro, enfatizando a movimentação constante de valores em espécie como uma estratégia para encobrir a origem ilícita do dinheiro.

Defesa e repercussão

Em resposta às acusações, a defesa de TH Joias se pronunciou, qualificando as alegações como “absurdas” e parte de uma perseguição política. Eles afirmam que não tiveram acesso completo aos autos do processo, infringindo o direito ao contraditório e à ampla defesa. “Reafirmamos nosso compromisso em esclarecer todos os pontos e demonstrar a total inocência do deputado”, declarou a defesa.

As defesas de Dudu e Índio não foram encontradas para comentar sobre o caso até o fechamento desta matéria. A quantidade de dinheiro em espécie envolvida nas transações é uma marca clara da tentativa de esconder os crimes de lavagem de dinheiro perpetrados pela organização criminosa que está sendo investigada.

Com a investigação em curso, a situação de TH Joias se torna cada vez mais complexa, com implicações não apenas legais, mas também sociais, uma vez que a população aguarda uma resposta clara das autoridades sobre a atuação de figuras públicas que supostamente estão envolvidas com o crime organizado.

Esse caso evidencia a necessidade de monitoramento contínuo das atividades financeiras de público, especialmente em um país que ainda luta contra a corrupção e a criminalidade organizada. O desenrolar desse caso poderá trazer mudanças significativas na forma como crimes financeiros são abordados pelas autoridades brasileiras.

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