Brasil, 6 de setembro de 2025
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Texas incentiva oração nas escolas após suspensão de projeto

Após a suspensão de uma lei sobre os Dez Mandamentos, Texas promove a recitação de orações nas escolas públicas.

No estado do Texas, o cenário educativo está em ebulição após uma recente batalha judicial que suspendeu a instalação dos Dez Mandamentos em todas as salas de aula públicas. Agora, o Procurador-Geral do Texas, Ken Paxton, está incentivando as escolas a adotar períodos de oração e leitura da Bíblia, acirrando o debate sobre a separação entre igreja e Estado.

A suspensão da lei dos Dez Mandamentos

Um juiz federal bloqueou a aplicação de uma nova lei que exigia que os Dez Mandamentos fossem expostos em todas as salas de aula das escolas públicas do Texas. Essa decisão veio após um processo judicial que argumentou que a imposição dessa lei violaria a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que proíbe a promoção de uma religião específica pelo governo.

A lei estava programada para entrar em vigor em 1º de setembro, coincidentemente no início do novo ano letivo. Segundo o juiz Fred Biery, a medida poderia pressionar crianças a aceitar e praticar uma doutrina religiosa específica, em detrimento de suas próprias crenças religiosas ou não religiosas.

O chamado à oração nas escolas

Apesar da suspensão da lei dos Dez Mandamentos, Ken Paxton, utilizando papel timbrado do governo, publicou uma carta que exorta as escolas do Texas a implementarem momentos dedicados à oração nas salas de aula. Paxton afirmou: “Queremos que a Palavra de Deus esteja aberta, que os Dez Mandamentos sejam exibidos e que as orações sejam feitas.”

Com essa iniciativa, Paxton se coloca como defensor da educação cristã nas instituições públicas, descrevendo seus opositores como “liberais radicais” que tentam apagar a verdade bíblica que, segundo ele, fundamenta a força da América. “Não vou ficar parado enquanto a esquerda tenta empurrar nosso país para a areia movediça,” declarou.

A resposta da oposição

Organizações como a Freedom from Religion Foundation reagiram severamente à declaração de Paxton, acusando-o de promover uma forma de cristianismo patrocinado pelo Estado. A organização emitiu um comunicado afirmando que a verdade que fundamenta a nação não está baseada em doutrinas bíblicas, mas sim na Constituição secular que protege todos os cidadãos. “Texas não precisa que o governo diga às crianças para orar — muito menos qual oração ou qual deus seguir,” afirmou a organização.

Esta polémica em torno da oração nas escolas levanta questões sobre a liberdade religiosa e a necessidade da separação entre igreja e Estado, especialmente em um momento em que o país atravessa tempos polarizados politicamente.

Outras iniciativas e desafios legais em andamento

Além do Texas, outros estados como Arkansas e Oklahoma estão tentando promover legislações semelhantes que incorporariam elementos religiosos nas escolas públicas. Em Oklahoma, a aplicação de uma lei que requer a presença de cópias da Bíblia e dos Dez Mandamentos nas salas de aula também tem gerado polêmica, levando a expectativas de batalhas judiciais.

Essas iniciativas estão sendo monitoradas de perto por grupos de defesa dos direitos civis, que temem que o avanço dessas legislações possa resultar em uma série de desafios jurídicos, potencialmente culminando em novos casos na Suprema Corte dos Estados Unidos.

A recente decisão da Suprema Corte em um caso envolvendo a criação de escolas charter católicas financiadas por impostos trouxe à tona novas discussões sobre a legalidade de usar recursos públicos para instituições religiosas, intensificando o debate sobre os limites da separação entre igreja e Estado.

O que isso significa para o futuro da educação no Texas

À medida que Texas avança com essas propostas, o futuro da educação pública no estado fica em jogo. Pais, educadores e ativistas estão preocupados com a influência crescente da religião nas escolas, que tradicionalmente têm sido uma arena laica. Com uma base diversificada de crenças e culturas no estado, a imposição de uma visão religiosa específica pode gerar divisões ainda mais profundas entre a população.

O panorama indica que este tema continuará a ser um ponto crítico nas discussões políticas e sociais. Enquanto os apoiadores veem a iniciativa como um retorno aos valores tradicionais, os opositores argumentam que tal abordagem compromete a liberdade religiosa e a diversidade crucial em uma sociedade pluralista.

À medida que a luta legal e social avança, educadores e pais no Texas e nos EUA em geral estão em uma posição desafiadora, tentando encontrar um equilíbrio entre a liberdade de expressão religiosa e a manutenção de um ambiente educacional inclusivo e respeitoso.

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