O secretário de Defesa Pete Hegseth gerou críticas ao afirmar que o Pentágono possui “autoridade absoluta e completa” para realizar ataques a navios suspeitos de tráfico de drogas, sem apresentar fundamentos legais que embasem essa afirmação. A declaração vem após um ataque ao veleiro venezuelano ordenado pelo ex-presidente Donald Trump, que resultou na morte de 11 pessoas.
Falta de respaldo legal para o ataque
Ao ser questionado por um repórter sobre a base legal do ataque, Hegseth não citou nenhuma lei ou mecanismo jurídico que legitime o bombardeio. Em vez disso, afirmou: “Primeiramente, apenas a defesa do povo americano. Centenas de milhares de americanos foram mortos por causa da fronteira aberta e do fluxo de drogas.” Ele ainda declarou: “A gente esmagou um barco de drogas e há 11 narco-terroristas no fundo do oceano.”
O ataque foi ordenado pelo ex-presidente Donald Trump, que alegou que os alvos eram membros do cartel venezuelano Tren de Aragua, considerado por seu governo como uma organização terrorista internacional.
Reações e críticas políticas
Apesar do respaldo de Trump, a ação gerou críticas até mesmo dentro do espectro republicano. O senador Rand Paul (R-Ky.), presidente do Comitê de Segurança Interna, alertou que a medida pode estabelecer um perigoso precedente. “É difícil sentir compaixão por traficantes tentando importar drogas, mas a questão é: onde isso vai parar? Seremos policias do mundo?”, questionou Paul durante entrevista ao Newsmax.
Segundo ele, se os suspeitos fossem capturados na costa de Miami e não atirassem, a abordagem correta seria apreendê-los. “Se eles não nos atacam, não devemos abrir fogo”, afirmou. A ação levantou dúvidas sobre a legalidade e limites do poder militar dos Estados Unidos em operações extraterritoriais.
Pontos de discussão sobre autoridade e limites
A controvérsia reforça o debate sobre os limites jurídicos de ações militares sem aprovação do Congresso, especialmente em operações de combate ao narcotráfico e terrorismo. Especialistas alertam para o risco de se abrir uma temporada de ataques arbitrários, sem respaldo legal claro, que pode comprometer a autoridade internacional dos EUA.
Mais detalhes sobre o caso podem ser encontrados na reportagem original do HuffPost.