Brasil, 6 de setembro de 2025
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Medidas do BC representam avanço na segurança contra fraudes financeiras

Ações do Banco Central buscam reforçar controles, mas especialistas alertam para a necessidade de novas medidas contra crimes digitais

As medidas anunciadas pelo BC visam fortalecer os controles contra fraudes e crimes no sistema financeiro, especialmente após o crescimento de bancos digitais e fintechs. Porém, especialistas ouvidos pelo GLOBO indicam que novas ações ainda serão necessárias para proteger usuários e instituições.

Desafios atuais da segurança no setor financeiro

Após o aumento no uso de bancos digitais e plataformas de pagamento, os crimes também evoluíram, com golpes cada vez mais profissionais. O investimento dos bancos em segurança digital atingiu R$ 5 bilhões em 2024, segundo a Febraban, entidade que representa o setor. Mesmo assim, há de se reforçar os controles.

Necessidade de revisão na regulação

Para Leandro Vilain, CEO da ABBC, que representa bancos de pequeno e médio portes, a abertura do mercado demanda uma revisão rápida na regulação. “A regulação deve acompanhar o ritmo da inovação e da adaptação dos criminosos”, afirmou Vilain, destacando que a atuação rápida do crime organizado exige medidas de resposta ágil.

Limites e controle nas contas digitais

Vilain e a Febraban defendem maior controle sobre as chamadas “contas-bolsa”, usadas por instituições de pagamento e bancos digitais, para evitar fraudes e garantir maior segurança nas transações. Vilain também sugeriu limitar valores de transações realizadas durante a madrugada, uma estratégia para dificultar golpes.

Descentralização e autenticação

Bianca Lopes, especialista em tecnologia e regulação financeira, aponta que a digitalização traz uma lógica descentralizada, dificultando a autenticação e aumentando os riscos. “O grande problema do Pix é a chave de acesso, que pode ser um e-mail, facilitando golpes”, afirmou Lopes, cofundadora do evento Finance of Tomorrow.

Reforço na autenticação do usuário

Para Lopes, é necessário adotar tecnologias mais eficientes de autenticação, como passkeys e biometria, além de fortalecer o combate ao vazamento de credenciais. Anderson Ramos, sócio da agência de segurança digital Flipside, também reforça essa necessidade.

Complemento às ações do BC e o papel da inovação

Os especialistas avaliam positivamente a atuação do BC, mas alertam que as medidas atuais representam um “band-aid” para uma ferida maior. “A regra do limite de R$ 15 mil para transferências é insuficiente frente à sofisticação dos criminosos”, disse Lopes. Ramos acrescenta que ataques a sistemas financeiros estão se intensificando globalmente, reforçando a importância de reforçar as tecnologias de segurança.

Medidas tecnológicas e regulatórias

Além da fiscalização, há necessidade de adotarmos sistemas mais seguros de autenticação e de limitar o acesso a informações sensíveis. Lopes destaca a importância de exigir tecnologia de autenticação por biometria e passkeys, enquanto Ramos reforça a necessidade de políticas severas contra vazamentos de credenciais.

Perspectivas futuras

Especialistas concordam que o combate às fraudes no sistema financeiro exige ações integradas e constantes atualizações regulatórias. A experiência internacional mostra que ataques a sistemas de pagamento em tempo real incluem desde golpes sofisticados até vazamento de dados, por isso é importante que o setor esteja preparado.

Segundo o artigo, as recentes medidas do BC representam um passo inicial, mas o setor financeiro brasileiro deverá continuar fortalecido por uma combinação de regulações ágeis, tecnologia de ponta e maior conscientização dos usuários sobre segurança digital.

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