Brasil, 6 de setembro de 2025
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Lula faz pronunciamento à nação neste sábado

O presidente Lula promove um pronunciamento para o 7 de setembro e assiste ao filme Malês, que retrata uma importante rebelião histórica.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV neste sábado (6), em comemoração ao 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil. A gravação, com duração de 5 minutos e 25 segundos, será exibida às 20h30. Antes desse evento, às 18h, Lula assistirá ao filme Malês, em uma sessão no Cine Alvorada. A estreia nacional do longa, dirigido por Antônio Pitanga, está agendada para o dia 2 de outubro.

O filme Malês e sua importância

Malês narra a história de uma das principais insurreições organizadas por africanos e seus descendentes escravizados no Brasil, ocorrida em 1835. Esta rebelião, conhecida como Revolta dos Malês, foi marcada pela resistência e pelo desejo de liberdade dos muçulmanos negros que, apesar das dificuldades, mobilizaram um movimento significativo contra a opressão. A pré-estreia do filme também será realizada em Brasília, neste domingo (7), no Cine Nave, e contará com uma sessão que incluirá um debate com a atriz Samira Carvalho.

O longa-metragem já foi exibido em diversos festivais nacionais e internacionais, incluindo a Mostra de Cinema de Tiradentes, onde, em janeiro deste ano, o diretor Antônio Pitanga expressou sua expectativa de que a obra circulasse além dos circuitos comerciais tradicionais.

“O meu sonho era trazer à baila essa história que a escola não conta. E humanizá-la de tal maneira para poder interagir com o século 21. Concluída a obra, o meu sonho agora é ir para a banca dos saberes, escolas, para as universidades, os quilombos. E já está acontecendo”, contou Pitanga.

O apelo social de Pitanga

Pitanga ressaltou a necessidade de que o filme alcance uma audiência diversa, não se restringindo apenas aos espaços frequentemente frequentados por brancos de classe média. “Meu filme não pode ficar só nas salas de cinema. Ele precisa chegar às escolas, à favela e ao quilombo”, destacou o diretor.

Os Malês, como eram conhecidos os muçulmanos negros, possuíam conhecimento do alfabeto árabe, domínio da escrita e um considerável grau de instrução. Embora tenham sido os protagonistas do levante, eles procuraram apoio de outros grupos escravizados para fortalecer sua luta por liberdade. A rebelião foi estrategicamente planejada para ocorrer no dia 25 de janeiro, data que coincide com o fim do mês sagrado do Ramadã, o que demonstra a profundidade do envolvimento cultural e religioso dos insurgentes.

Os enfrentamentos resultaram em mais de 70 africanos mortos e centenas de punidos com penas severas, incluindo a morte, prisão, açoites ou deportações. Este evento trágico é detalhado no livro Rebelião Escrava no Brasil, publicado em 1986 pelo historiador João José dos Reis, que serviu como principal referência para a criação do filme.

A humanização dos personagens em Malês

De acordo com Pitanga, Malês não é um retrato frio do evento histórico, mas sim uma narrativa que dá espaço para que os personagens revelem suas individualidades, seus sonhos, tristezas e amores. Essa abordagem busca romper com o estereótipo do escravo como uma vítima passiva da história. “São cabeças pensantes”, afirma o diretor, enfatizando a complexidade dos personagens que ele trouxe às telas.

O filme conta com a participação do elenco da família Pitanga, incluindo os filhos do diretor, Rocco e Camila Pitanga, destacando ainda mais a conexão pessoal e emocional com a história que está sendo contada.

O pronunciamento de Lula, juntamente com a exibição do filme Malês, representa um marco significativo na conexão entre a história brasileira, a luta pela liberdade e a valorização da cultura afro-brasileira, especialmente em um dia que celebra a independência do país.

Em um momento em que a discussão sobre raça e história é tão pertinente, Malês se apresenta como uma obra essencial que visa resgatar e humanizar relatos muitas vezes negligenciados, ressaltando a importância de uma narrativa inclusiva e diversificada na formação da identidade brasileira.

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