Brasil, 7 de setembro de 2025
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Lula critica tarifas de Trump e menciona “traidores da pátria”

O presidente Lula usou pronunciamento do 7 de Setembro para criticar tarifas dos EUA e mencionar figuras políticas brasileiras.

Neste sábado (6), véspera do 7 de Setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um pronunciamento em rede nacional onde não apenas celebrava a independência do Brasil, mas também se dirigia, indiretamente, ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O discurso, recheado de mensagens contundentes, refletiu a preocupação do governo brasileiro com as tarifas impostas por Trump e criticou certos políticos brasileiros por sua postura frente à situação.

A soberania brasileira em foco

Lula começou sua fala destacando a importância do 7 de Setembro como o dia da independência do Brasil, afirmando que o país “deixou de ser colônia e passou a conquistar a própria independência, liberdade e soberania”. Essa referência à soberania se torna ainda mais relevante dado o contexto atual, em que os Estados Unidos impuseram tarifas unilaterais de 50% sobre diversas exportações brasileiras.

Com mais de 200 anos de história desde a sua independência, Lula enfatizou: “Não somos e não seremos novamente colônia de ninguém. Somos capazes de governar e cuidar da nossa terra e da nossa gente, sem interferência de nenhum governo estrangeiro”. Essa declaração manifesta uma clara posição de resistência contra as ações de Trump, que recentemente sancionou tarifas que afetam diretamente a economia brasileira, especialmente nos setores de carne e café.

Tarifas e o comércio entre Brasil e EUA

As tarifas impostas por Trump, que começaram em abril com uma sobretaxa de 10% e aumentaram para 50% em julho, têm gerado um clima de tensão entre os dois países. Desde então, o governo brasileiro tentava, sem sucesso, estabelecer um diálogo com a Casa Branca a fim de negociar melhores condições que mitigassem os impactos das tarifas. Apesar das tentativas, a administração Trump não tem respondido às solicitações.

Vale ressaltar que, segundo informações, as tarifas têm como objetivo reduzir o déficit comercial dos EUA em relação ao Brasil, uma afirmação que, segundo o governo brasileiro, não se sustenta. Isso porque os Estados Unidos apresentam um superávit na balança comercial com o Brasil, vendendo mais do que compram.

Direitos políticos e críticas internas

Após abordar as tarifas, Lula fez uma defesa da democracia brasileira, reforçando sua resistência a qualquer tentativa de golpe. Em uma declaração que não mencionou nomes diretamente, mas que evidentemente tinha como alvo Eduardo Bolsonaro, o presidente atual declarou ser “inadmissível o papel de alguns políticos brasileiros que estimulam os ataques ao Brasil”.

Com veemência, ele chamou ações de certos políticos de “traição à pátria”, adicionando que esses indivíduos, embora eleitos para representar o povo, defendem apenas interesses pessoais. Lula já havia rotulado Eduardo Bolsonaro de “traidor da pátria” anteriormente e continua a exigir a sua cassação.

Eduardo Bolsonaro e suas articulações

Eduardo, que se encontra em autoexílio nos Estados Unidos desde março, tem buscado interagir com o governo norte-americano, declarando publicamente que fará o possível para dificultar o diálogo entre Brasil e EUA. Sua atuação tem sido marcada por cancelamentos de reuniões importantes, como a que estava agendada entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. Essa interrupção se deu imediatamente após uma reunião de Eduardo com representantes da Casa Branca.

Adicionalmente, há uma análise que sugere que os EUA estão utilizando as tarifas como uma ferramenta político-diplomática. Isso é refletido nas repetidas menções que Trump faz a Jair Bolsonaro nas redes sociais, insinuando um vínculo direto entre as tarifas e a política interna brasileira, especialmente em um momento em que Bolsonaro enfrenta julgamentos no Supremo Tribunal Federal por alegações de tentativa de golpe de Estado.

O contexto atual ilustra a complexidade das relações Brasil-EUA, balançadas entre os interesses econômicos e os conflitos políticos. O próximo 7 de Setembro promete ser um dia de reflexões e possivelmente novas manifestações sobre a soberania e a integridade da política brasileira.

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