Brasil, 6 de setembro de 2025
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Impacto do tarifaço de Trump completa um mês e prejudica pequenos produtores brasileiros

Small producers de café, mel e uvas enfrentam perdas financeiras e renovam busca por mercados alternativos após a sobretaxa de 50% dos EUA

Neste sábado (6), completa um mês desde a implementação do tarifaço dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, levando dificuldades a pequenos produtores de diversos setores. Entre eles, Daniele Alckmin, de Minas Gerais, relata o impacto na exportação de café, enquanto Joaquim Rodrigues, da Bahia, sofre com a redução nos preços do mel, e Jailson Lira, de Pernambuco, vive a incerteza na comercialização de uvas.

Small exporters de café e os prejuízos do tarifaço

Daniele Alckmin, empresária de uma exportadora de cafés especiais, disse que batalhou por uma década para conquistar clientes nos EUA, que atualmente representam 30% do seu faturamento anual. Com o anuncio do tarifão, ela teve dois contratos de exportação cancelados após diversas tentativas de remarcação.

A empresária explica que tinha embarques programados para julho e setembro, mas ambos foram adiados e, posteriormente, cancelados. “Rolamos o booking três vezes, mas cada mudança gerava custos adicionais”, relata Daniele. Além disso, ela recebeu a notícia de que, se conseguisse enviar o café até 6 de agosto, não pagaria a tarifa de 50%, informação que chegou depois do prazo, agravando sua situação financeira.

Perdas e incertezas na Bahia e Pernambuco

Já em Cipó, na Bahia, Joaquim Rodrigues, produtor de mel, afirma que as exportadoras pagam cerca de 18% a menos pelo produto, que destinam principalmente aos EUA. Ele explica que produz cerca de 20 mil kg de mel por ano, dos quais 90% são vendidos ao exterior, e acompanha a preocupação de que a diminuição de receita possa afetar sua produção e região.

Em Pernambuco, Jailson Lira vive uma situação de grande insegurança sobre o futuro da sua produção de uvas. Ele envia as frutas para os EUA em sistema de consignação, recebendo uma comissão, mas ainda não sabe quanto receberá na próxima temporada devido às incertezas da cobrança tarifária. “O negócio é feito sempre no escuro”, lamenta.

Reações e buscado por alternativas

Os produtores estão tentando diversificar seus mercados. Daniele enviou amostras de café para Noruega e Dubai, aguardando respostas para tentar vender seus produtos em outros países antes do fim do período de validade.

Enquanto isso, o governo brasileiro anunciou uso de recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para auxiliar produtores afetados pelo tarifaço, mas ainda há dúvidas sobre a implementação dessas medidas.

Perspectivas futuras e desafios para o setor

Especialistas apontam que o impacto do tarifaço pode durar mais do que o esperado, com perdas de clientes conquistados ao longo de anos. Os produtores buscam alternativas de mercados e estratégias para minimizar os prejuízos e manter suas produções.

Para Daniele, a situação representa um desgaste emocional e financeiro de uma vida dedicada ao setor de cafés especiais. “Estamos enfrentando um momento difícil, mas não podemos desistir”, conclui.

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