Nos últimos anos, Hollywood tem se reinventado ao abraçar o universo dos jogos digitais, com diversas adaptações cinematográficas que têm conseguido alcançar sucesso nas bilheteiras. Após décadas de tentativas frustradas, o setor parece ter encontrado um caminho mais produtivo para explorar as franquias de jogos, com um olhar mais atento às histórias que esses jogos têm a oferecer.
O sucesso nas bilheteiras
Filmes como A Super Mario Bros. Movie, da Universal, e A Minecraft Movie, da Warner Bros., frequentemente ficam no topo das bilheteiras e são relatados como grandes sucessos da indústria. Na verdade, o filme do Mario quebrou recordes ao arrecadar mais de $1,3 bilhões mundialmente, tornando-se a adaptação de um jogo de maior bilheteira da história.
O aumento no sucesso financeiro coincide com uma mudança na percepção dos cineastas sobre os jogos. Antes vistos com ceticismo, agora os cineastas estão mais dispostos a investir tempo e recursos nas adaptações. Pesquisador de análises da Fandango, Shawn Robbins, observa que as adaptações de jogos costumavam ser recebidas com cinismo, mas que os sucessos recentes mudaram esse cenário.
História de um fracasso a um sucesso
A primeira adaptação de videojogo a chegar aos cinemas foi Super Mario Brothers em 1993, que arrecadou apenas $20,9 milhões e foi amplamente criticado. Nos anos seguintes, poucos filmes de games alcançaram sucesso significativo. Entre 1993 e 2018, somente três filmes baseados em jogos ultrapassaram a marca de $100 milhões na bilheteira doméstica. Essa era de adaptação sem sucesso parece estar mudando com a nova onda de produções.
Avanços tecnológicos e novas narrativas
Os avanços em tecnologia de imagem gerada por computador tornaram possível criar mundos virtuais mais realistas que permitem que as histórias sejam mais envolventes e cativantes. Toby Ascher, produtor da série Sonic, argumenta que o mundo desenvolvível dos jogos tem sido aproveitado melhor em vez de negligenciado, permitindo que os roteiristas se concentrem em desenvolver arcos emocionais mais profundos para os personagens.
Um novo público se forma
O crescente público que consome filmes baseados em jogos é uma geração que cresceu jogando e agora está moldando os próprios filmes. Executivos de estúdios, como o presidente da Paramount, David Ellison, expressam seu amor pelo gênero e sua experiência com os jogos, o que influencia diretamente o cuidado colocado nas produções.
Crescendo em popularidade
Com a crescente popularidade dos filmes baseados em jogos, estúdios como Paramount e Universal estão explorando cada vez mais esse mercado. Recentemente, a Paramount anunciou que irá desenvolver uma adaptação ao vivo de Call of Duty e está preparando novos filmes de títulos como Elden Ring e The Legend of Zelda.
Além disso, hit televisivos inspirados em jogos como Tomb Raider, God of War e Assassin’s Creed também estão em desenvolvimento, indicando que a transição dos jogos para a tela grande não é uma tendência passageira. Para analistas, isso representa uma nova fronteira para os estúdios, especialmente em um tempo em que as bilheteiras estão à procura de novas maneiras de atrair o público.
A conclusão do fenômeno
Embora os jogos eletrônicos como fonte de inspiração para filmes não sejam novidade, sua execução parece estar finalmente alcançando a qualidade necessária para atrair um público maior. As produções atuais não apenas atraem os fãs existentes, mas incentivam a descoberta de novas audiências que tradicionalmente podem não ter se interessado por filmes desse gênero.
Para o futuro, espera-se que a popularidade dessas adaptações reduza o risco que a indústria enfrenta em tempos de baixo desempenho de bilheteira em outros gêneros, como os de super-heróis. A oportunidade de criar um novo tipo de experiência cinematográfica apaixonada está se formando à medida que a indústria empurra esses IPs amados para a frente.
Assim, Hollywood parece pronta para continuar a sua viagem em direção ao fenômeno dos jogos eletrônicos, oferecendo entretenimento que ressoa com uma audiência cada vez mais diversificada.
