No contexto do julgamento de Jair Bolsonaro (PL) na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), sua família se organizou para prestar apoio em Brasília. Durante a primeira semana de sessões, os filhos Carlos e Jair Renan viajaram para a capital e estiveram ao lado do pai, que cumpre prisão domiciliar. A presença dos filhos na cidade coincidiu com suas ausências nos Legislativos municipais do Rio de Janeiro e de Balneário Camboriú, justificadas formalmente como “assuntos pessoais”, mas que revelam uma mobilização familiar em torno do processo legal.
A ausências dos filhos nas câmaras municipais
Jair Renan, vereador em Balneário Camboriú desde janeiro, não participou das sessões nos dias 2 e 3 de setembro. O afastamento foi comunicado à presidência da Câmara por meio de um documento assinado por seu assessor, no qual apenas foram mencionados “compromissos pessoais”. No entanto, a viagem para Brasília foi realizada um dia antes, onde se juntou aos irmãos em uma vigília em frente à casa do ex-presidente.
Da mesma forma, Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro, se ausentou do plenário nos dias 2, 3 e 4 de setembro, oferecendo uma justificativa semelhante à do irmão. Ambos priorizaram estar ao lado do pai, reforçando o simbolismo político da presença familiar durante um julgamento tão significativo.
O papel de Flávio e Eduardo Bolsonaro
Enquanto Carlos e Jair Renan optaram por estar com o pai, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) manteve sua agenda legislativa normalmente, participando de audiências em comissões no Congresso. Por outro lado, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está nos Estados Unidos desde fevereiro e já acumula 18 faltas na Câmara, o que pode resultar na perda do mandato ainda este ano devido ao baixo comparecimento.
O clima na residência de Jair Bolsonaro
Na casa do Jardim Botânico, onde Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, a semana foi marcada por uma intensa movimentação familiar. Carlos e Jair Renan passaram longos períodos ao lado do pai durante as sessões da Primeira Turma do STF. O ex-presidente recebia atualizações constantes de seus advogados, enquanto os filhos circulavam entre a sala e a área externa, conversando com aliados que foram prestar solidariedade. Testemunhas relataram um clima de expectativa e nervosismo, com celulares em mãos e atenção voltada às transmissões do Supremo.
A casa como quartel-general
Desde o início de agosto, a residência de Bolsonaro transformou-se em um quartel-general improvisado. Parlamentares do PL e assessores próximos visitaram o ex-presidente ao longo do mês. Um exemplo dessa dinâmica foi a presença da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que estiveram com Jair Bolsonaro na segunda-feira anterior a esta reportagem.
Essa mobilização familiar não apenas reflete o apoio pessoal aos desafios enfrentados por Jair Bolsonaro, mas também destaca as interconexões entre os laços familiares e as estratégias políticas na arena pública brasileira. O desenrolar do julgamento no STF será observado de perto, tanto pela família quanto pela sociedade, que continua atenta às repercussões políticas e legais deste episódio histórico.