Brasil, 7 de setembro de 2025
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Crime da 113 Sul: anulação da condenação de Adriana Villela

A decisão do STJ sobre Adriana Villela não altera a situação dos executores do crime, mas retoma o caso à estaca zero.

O caso do crime da 113 Sul, em Brasília, voltou a ser notícia após a anulação da condenação de Adriana Villela pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Este crime, que chocou o país, envolve a morte brutal de seus pais e da empregada da família em 2009. Agora, com o retorno do processo a uma nova fase judicial, surgem questões sobre os desdobramentos e o impacto da decisão para todos os envolvidos.

Entenda o que ocorreu com o julgamento de Adriana Villela

Na terça-feira (2), a Sexta Turma do STJ decidiu anular a condenação de Adriana Villela, fundamento em um cerceamento da defesa durante o julgamento. A alegação central foi que depoimentos cruciais dos executores do crime foram apresentados em fase avançada do processo, prejudicando a defesa da acusada.

O julgamento anterior resultou em uma pena de 67 anos e 6 meses de reclusão, que foi posteriormente reduzida para 61 anos e 3 meses em 2022. Com a decisão recente, Adriana não cumprirá a pena e volta a ser ré no processo, que deve ser revisto por um novo juiz de primeira instância.

A repercussão da decisão entre os especialistas

Para entender as implicações da decisão do STJ, o portal g1 conversou com especialistas. Álvaro Assis, presidente da Comissão do Júri da OAB do DF, e Olavo Hamilton, advogado criminalista, concordam que a anulação da condenação de Adriana refere-se apenas a ela e não impacta os três condenados pela execução do crime. Esses indivíduos, Leonardo Campos Alves, Francisco Mairlon Barros Aguiar e Paulo Cardoso Santana, ainda estão cumprindo penas rigorosas no Complexo Penitenciário da Papuda.

Os advogados afirmam que o conteúdo das provas, que agora foi anulado, poderia ser reavaliado em um novo julgamento. Caso o juiz decida assimilar essas provas ou pedir novas evidências, a situação poderia mudar no futuro. No entanto, todo o material que levou à condenação de Adriana em 2019 está irreversivelmente descartado.

O crime que chocou o Brasil

O crime ocorrido em 2009 é um dos mais notórios do país. As vítimas, José Guilherme Villela, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e sua esposa, Maria Carvalho Mendes Villela, além da empregada doméstica, Francisca Nascimento da Silva, foram assassinados com inúmeros golpes de faca. O choque gerado por esse triplo homicídio repercutiu em todo o Brasil, gerando interesse da opinião pública e da mídia.

Os corpos foram encontrados em estado avançado de decomposição em 31 de agosto de 2009, após um desaparecimento súbito, levando a uma investigação intensa que culminou no julgamento de Adriana Villela, acusada de ser a mandante do crime. Os depoimentos dos executores, que foram divulgados em um documentário recente da Globoplay, levantaram novas discussões sobre a natureza da execução do crime e as motivações envolvidas.

Próximos passos no processo judicial

Com a decisão do STJ, um novo juiz irá assumir o caso e terá o poder de decidir sobre a validação das provas. Isso inclui a possibilidade de convocar um novo júri popular. Os prazos são indefinidos e, segundo informações, o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) já anunciou sua intenção de recorrer da decisão, o que pode prolongar ainda mais a situação judicial de Adriana Villela.

A anulação da condenação para ela pode significar uma nova esperança na busca por justiça, mas também levanta a questão do que ocorrerá com os executores, cujas sentenças e condenações permanecem vigentes. O futuro do caso da 113 Sul ainda está incerto, refletindo a complexidade do sistema judiciário e o impacto das decisões legislativas sobre os casos polêmicos.

Esse caso continuará a ser acompanhado atentamente pela sociedade, dada sua notoriedade e as implicações legais que a anulação da condenação de Adriana Villela pode desencadear. À medida que novos desdobramentos ocorrem, a busca pela verdade e pelo judiciário permanecerá em foco no debate público.

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