Brasil, 6 de setembro de 2025
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Bispos da Amazônia manifestam preocupação com nova lei ambiental

Bispos católicos alertam sobre riscos da nova Lei Geral do Licenciamento Ambiental e a importância da preservação da Amazônia.

Recentemente, os bispos católicos da Amazônia brasileira divulgaram uma carta pública expressando sua profunda preocupação com os rumos da nova Lei Geral do Licenciamento Ambiental (Lei nº 15.190/2025). O documento destaca o apoio aos 63 vetos presidenciais sancionados por Luiz Inácio Lula da Silva, enfatizando que a revogação desses vetos representaria uma grave ameaça ao meio ambiente e aos povos amazônicos.

Importância dos vetos presidenciais

Os bispos afirmam que os vetos foram uma barreira necessária contra os aspectos mais prejudiciais do projeto inicial, garantindo a integridade mínima dos processos de licenciamento ambiental. “A revogação dos vetos significa uma tragédia para a Amazônia”, expressam no texto. Eles apresentam uma série de pontos de atenção mesmo com os vetos implementados, alertando que a nova lei ainda apresenta riscos significativos para a proteção da região.

Pontos de risco apontados pelos bispos

Entre os principais riscos, estão:

  • Fragilização dos estudos de impacto: A nova lei abre brechas que podem comprometer a qualidade das avaliações ambientais, especialmente em empreendimentos de grande porte.
  • Pressão sobre órgãos ambientais: A redução de prazos pode forçar aprovações apressadas sem a devida análise técnica.
  • Precedentes perigosos: A lei pode resultar em flexibilizações adicionais, como visto no estado do Amazonas, onde um decreto estadual alterou a proteção em áreas de reserva legal.
  • Licença por Adesão e Compromisso (LAC): O risco de autodeclaração sem estudos técnicos enfraquece a atuação de órgãos ambientais.
  • Impactos sociais: Aumento de migrações forçadas devido a desastres climáticos e degradação ambiental, afetando particularmente populações vulneráveis.

A carta critica também a utilização de um “paradigma tecnocrático” e o uso de marketing para justificar projetos com alto impacto ambiental, sem a devida transparência. Os bispos mencionam as encíclicas Laudato Si’ e Laudate Deum para reforçar a urgência de priorizar a vida dos povos e a preservação do meio ambiente em detrimento de interesses econômicos.

Amazônia: vital para o equilíbrio climático

Os bispos ressaltam que a Amazônia, que contém 60% da floresta tropical do planeta e 15 a 20% da água doce mundial, é essencial para o equilíbrio climático global. Portanto, qualquer flexibilização inadequada no licenciamento ambiental representa um risco planetário. O documento conclama a mobilização popular e o comprometimento dos parlamentares a votarem pela manutenção dos vetos presidenciais, defendendo regras ambientais mais rigorosas.

Chamado à ação

O apelo da carta é claro: “Conclamamos a sociedade brasileira e todos os cidadãos comprometidos com um futuro sustentável a exigirem que seus parlamentares votem pela manutenção dos vetos presidenciais, preservando as regras ambientais mais rigorosas.” Os bispos reafirmam sua vigilância e compromisso na defesa da vida e do meio ambiente, sustentados pela esperança cristã e a certeza de que “a esperança não decepciona” (Rm 5,5).

Conclusão

A carta dos bispos da Amazônia se apresenta como um importante alerta sobre os riscos envolvidos na nova legislação de licenciamento ambiental, enfatizando a necessidade de proteger uma das regiões mais vitais do planeta. Em momentos de crise ambiental crescente, a responsabilidade recai sobre todos nós, cidadãos e governantes, para garantir que a Amazônia continue a ser um patrimônio da humanidade e um legado para as futuras gerações.

Esta chamada à consciência é um convite para que todos participem da luta pela preservação de um dos maiores tesouros naturais do Brasil. O futuro da Amazônia, e consequentemente do mundo, depende das escolhas que fazemos hoje.

Para ler a carta na íntegra, acesse aqui.

Fonte: REPAM

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