Completando 20 anos desde a devastação do furacão Katrina, a Netflix lançou o documentário “Katrina: Come Hell and High Water”, que traz um olhar aprofundado sobre as experiências dos habitantes de Nova Orleans antes, durante e após a tempestade. A série, de três episódios, apresenta entrevistas com sobreviventes, jornalistas e líderes estaduais, destacando como o racismo estrutural influenciou os esforços de resgate e o impacto da maior crise de refugiados na história do país.
Fatos surpreendentes revelados por Netflix sobre o Katrina
Skepticismo e preparação da população
Muitos moradores de Nova Orleans duvidaram da gravidade de Katrina devido às falsas expectativas geradas pelo furacão Ivan, que passou pela cidade no ano anterior, mas não causou danos significativos. Antes da tempestade, mais de 20 mil pessoas buscaram abrigo no Superdome, considerado uma última esperança para quem não conseguiu evacuar a tempo.
O primeiro impacto e a falha das proteções
Havia esperança de que os sistemas de contenção resistissem, mas várias barguinhas — chamados de “melhores defesas” contra a tempestade — romperam na madrugada de 30 de agosto de 2005, permitindo que uma enxurrada de água entrasse na cidade a uma taxa de um pé e meio por hora. O colapso foi descrito por um oficial estadual como um “bomba nuclear”, refletindo a magnitude do desastre.
hist��ria de sobrevivência e resgate da comunidade
O bairro historicamente negro Lower 9th Ward ficou completamente submerso, levando muitas pessoas à morte dentro de suas próprias casas. Sem recursos, moradores de lá assumiram a própria operação de resgate, usando barcos para salvar vizinhos presos na água. Os sobreviventes foram levados ao Superdome, onde ficaram dias esperados por ajuda, na maior crise humanitária da época.
A presença do presidente e a resposta militar
Após 54 horas do rompimento dos diques, o presidente George W. Bush sobrevoou a zona de desastre a bordo do Air Force One. Para liderar os esforços de resgate, o general Russel L. Honoré — nativo da Louisiana — assumiu o comando, coordenando as operações de socorro no local.
Desinformação, violência e racismo na cobertura
Três dias após a tempestade, civis foram orientados a caminhar quilômetros até o Centro de Convenções em busca de ajuda, mas nenhuma assistência efetiva foi oferecida ao chegarem. A operação de resgate por ônibus foi interrompida após relatos de disparos contra helicópteros de resgate. Além disso, o medo alimentado por uma cobertura midiática racista aumentou o risco de violência contra moradores negros, com relatos de sobreviventes sendo vítimas de ações de justiceiros e de uma alta diária de vítimas de tiros em hospitais próximos após o Katrina.
Estado de sítio e a violência pós-tempestade
Depois de dias de caos, a cidade declarou lei marcial devido a relatos de saques generalizados, embora muitos desses relatos tenham sido considerados infundados ou exagerados. Como consequência, a violência vigilante contra negros se intensificou, tornando-se uma ameaça real para a comunidade, enquanto a assistência humanitária era precária e muitas vezes ineficaz.
Legado e reflexões atuais
O documentário emitiu um alerta sobre o racismo estrutural, a má gestão das autoridades e a vulnerabilidade social que o Katrina revelou. Mesmo 20 anos após, as cicatrizes permanecem, e a tragédia serve como lembrete de uma das maiores crises humanas da história recente dos Estados Unidos.
Para entender a profundidade dos eventos e os efeitos de uma das maiores catástrofes naturais e sociais do país, assista ao documentário na Netflix. A produção visa preservar a memória das vítimas e refletir sobre os erros que precisam ser corrigidos.