A gigante do comércio eletrônico Shein se pronunciou nesta semana após descobrir que o rosto de Luigi Mangione, acusado de homicídio, foi utilizado em imagens de suas camisetas de verão no site. As fotos mostravam Mangione vestindo uma camisa floral e uma camiseta listrada, gerando controvérsia e preocupação entre usuários.
Investigação em andamento e questões éticas
Segundo comunicado obtido pelo ABC News, a Shein afirmou que as imagens foram fornecidas por um vendedor terceirizado e foram imediatamente removidas assim que o caso veio à tona. A empresa destacou que possui normas rígidas para seus anúncios, prometendo reforçar seus processos de fiscalização e tomar providências contra o fornecedor responsável.
“A imagem em questão foi fornecida por um terceiro e foi retirada assim que detectada”, declarou a Shein. “Estamos conduzindo uma investigação aprofundada e reforçando nossos mecanismos de monitoramento, adotando as ações necessárias de acordo com nossas políticas.”
Possível uso de inteligência artificial e manipulação digital
Embora o método exato de utilização das imagens ainda seja incerto, muitas especulações apontam para a possibilidade de que elas tenham sido geradas por inteligência artificial (IA). Utilizando a tecnologia de reconhecimento facial Amazon Rekognition, a BBC reportou que há uma similitude de 99,9% entre uma foto real de Mangione comparecendo ao tribunal e a imagem criada digitalmente, o que sugere manipulação ou criação sintética.
Luigi Mangione, que permanece detido sem direito a fiança na cárcere de Manhattan, é alvo de suspeita de ter cometido um homicídio fatal em dezembro do ano passado. Sua presença em imagens de publicidade, portanto, levanta questões éticas e legais sobre o uso de sua imagem enquanto ele está encarcerado.
Reações na internet e debates sobre privacidade
Após a descoberta, internautas expressaram diversas preocupações, incluindo o uso indevido da imagem de Mangione e o impacto que essas ações podem ter no seu julgamento. Críticos também discutiram a questão do consentimento, citando que o uso de imagens de indivíduos presos sem permissão é uma violação flagrante.
“Não acho graça usar a imagem de alguém enquanto ele está na prisão”, comentou uma usuária no Instagram. Outros se preocuparam com a avançada tecnologia de IA que possibilita a criação de rostos realistas, reforçando a necessidade de regulamentações específicas sobre o tema.
Próximos passos e repercussões
A Shein confirmou que continuará investigando a origem das imagens e que adotará medidas corretivas. A companhia também garantiu que fortalecerá seus controles internos para evitar que casos semelhantes ocorram no futuro.
Este episódio acende um alerta importante sobre os limites éticos e legais do uso de inteligência artificial e reconhecimento facial na publicidade digital, especialmente envolvendo indivíduos sob investigação ou em situação de vulnerabilidade. A repercussão do caso deve estimular debates mais amplos sobre privacidade e responsabilidade no comércio eletrônico.
Você acha que houve violação de direitos? Compartilhe sua opinião nos comentários. A equipe do BuzzFeed continuará acompanhando o desdobramento desta história e trará novidades assim que obtiverem uma resposta oficial da Shein.