Brasil, 5 de setembro de 2025
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Secretário do Tesouro dos EUA critica expansão do Fed e defende revisão total

Scott Bessent afirma que a atuação do Fed coloca sua independência em risco e pede uma investigação abrangente da instituição

O Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, criticou duramente o Federal Reserve (Fed) por uma suposta expansão indevida de suas funções, o que, na sua visão, compromete a credibilidade e a legitimidade política do banco central. A declaração foi feita em artigo publicado nesta sexta-feira no Wall Street Journal, em meio a um cenário de dados econômicos fracos no país.

Críticas severas à atuação do Fed e à expansão de suas funções

Bessent afirmou que a credibilidade e a legitimidade política do Fed estão ameaçadas pela sua atuação além dos limites do mandato. Segundo ele, o banco central adotou regulações excessivas por meio da política de afrouxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês), especialmente após a crise financeira de 2007-2009. “No centro da independência estão a credibilidade e a legitimidade política”, destacou. Fonte

Ele descreve o QE como um “experimento de política monetária de ganho de função”, apontando que essas medidas, adotadas em momentos de crise, funcionaram como garantias para os detentores de ativos financeiros, contribuindo para o aumento da desigualdade nos Estados Unidos. “Grandes empresas garantiram custos baixos de financiamento, e proprietários de imóveis viram seus bens se valorizarem”, afirmou. “Enquanto isso, famílias mais jovens e menos abastadas, excluídas da propriedade e atingidas mais duramente pela inflação, ficaram de fora dessa valorização.”

Revisão da estrutura e regulações do Fed

Bessent também defendeu uma revisão completa da política monetária e da estrutura da instituição, incluindo a transferência de responsabilidades de regulação bancária para órgãos como a FDIC e o Escritório do Controlador da Moeda. “É necessária uma revisão honesta, independente e apartidária de toda a instituição, incluindo política monetária, regulação, comunicação, estrutura de pessoal e pesquisas”, disse.

Recomendações e novas propostas

Ele pediu que a autoridade monetária adote uma postura mais restritiva e coordenada com o governo federal na aplicação de políticas não convencionais, como o QE, que, na visão dele, só deveriam ser usadas em emergências reais. Bessent também solicitou uma investigação externa mais ampla do Fed, além de sua própria demanda por uma revisão interna conduzida pelo presidente do banco, Jerome Powell.

Resposta ao cenário econômico recente

Após dados de emprego considerados fracos – como a alta do desemprego para 4,3% em agosto – o ainda presidente Donald Trump voltou a atacar o atual presidente do Fed, Jerome Powell, reforçando a pressão política sobre o banco central. Fonte

Por outro lado, Bessent criticou a forte atuação do Fed durante a crise da Covid-19, ao apoiar o sistema financeiro com injeções de liquidez e garantias, destacando que ações anteriores tinham objetivos específicos de emergência. “Políticas não convencionais como o QE só devem ser usadas em emergências reais, em coordenação com o restante do governo federal”, afirmou.

Perspectivas futuras e impacto no sistema financeiro

O secretário do Tesouro também destacou a importância de uma gestão mais alinhada às políticas tradicionais de estabilidade financeira, especialmente em tempos de instabilidade global. Ele enfatizou a necessidade de uma supervisão bancária mais coerente, na qual a regulação seja conduzida por órgãos especializados, enquanto o Fed se concentre na política econômica e na emissão de lastro para o sistema financeiro.

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