Em 2 de outubro de 1858, San Diego foi atingida por um furacão de intensidade moderada, um evento extremamente incomum na história da costa oeste americana. Apesar de a tempestade ter sido classificada como apenas Category 1, sua força foi suficiente para destruição generalizada, com casas destelhadas, árvores derrubadas e obstáculos destruídos. Desde então, furacões na região têm sido exceções, não uma regra.
Por que os furacões são tão raros na costa oeste dos EUA?
Embora existam tempestades tropicais e furacões no Pacífico que atualmente ameaçam a região, estes eventos costumam ser menos severos e menos frequentes do que os que atingem o Atlântico. O furacão Kiko, por exemplo, está se deslocando em direção ao Havaí, causando apenas ventos e chuvas moderadas, enquanto a tempestade tropical Lorena potencialmente traz tempestades de chuva forte para o México e o sudoeste dos EUA.
Diferenças climáticas entre o Pacífico e o Atlântico
De acordo com especialistas, a percepção de que o Pacífico é menos ativo em relação aos furacões é mais uma ilusão climatológica do que uma realidade. Segundo o Centro Nacional de Furacões, a temporada de furacões no Atlântico, que vai de 1º de junho a 30 de novembro, registra em média 14 tempestades nomeadas, incluindo sete furacões e três grandes furacões. No Pacífico, a média é de 15 tempestades, incluindo oito furacões e quatro grandes furacões, durante sua própria temporada que ocorre de 15 de maio a 30 de novembro.
Fatores que evitam furacões na costa oeste
O maior corpo de água do Pacífico e sua maior área de zonas tropicais são responsáveis pela maior formação de ciclones tropicais, explica o climatologista Charles Konrad, do NOAA. No entanto, diversos fatores climáticos e geográficos também contribuem para que essas tempestades geralmente desviem da costa oeste americana, minimizando o risco de impacto na região.
Apesar de tempestades ocasionalmente atingirem o território, como o recente impacto de Hurricane Hilary na Baja Califórnia e na Califórnia, essas ocorrências não representam uma mudança na frequência ou magnitude dos furacões na costa oeste. Ainda assim, essas tempestades continuam a lembrar a vulnerabilidade da região, especialmente após eventos de enchentes e deslizamentos de terra.
Perspectivas futuras
Especialistas continuam monitorando as tempestades no Pacífico, conscientes de que, embora sejam menos comuns, podem ainda causar danos significativos dependendo de sua intensidade. O entendimento das condições que impedem a formação de furacões na costa oeste ajuda a aprimorar estratégias de prevenção e preparo frente a tempestades tropicais e ciclones no futuro.