Brasil, 6 de setembro de 2025
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Pai denuncia batismo não autorizado de filho em Anápolis

Um pai em Anápolis (GO) busca justiça após descobrir que seu filho foi batizado sem sua autorização, utilizando seus dados pessoais.

No final do ano passado, um pai em Anápolis, Goiás, fez uma descoberta alarmante: seu filho havia sido batizado por uma igreja local sem sua autorização e utilizando seus dados pessoais. Diante da grave violação dos direitos familiares, ele decidiu registrar uma denúncia com base no Código de Direito Canônico, buscando a retificação dos registros e responsabilização pelas consequências, conforme a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

O registro do batismo e a descoberta surpreendente

O caso começou a ganhar notoriedade quando, no dia do Natal de 2024, o pai notou seu filho falando repetidamente sobre a “madrinha” e o “padrinho”, que, surpreendentemente, eram seus tios maternos. Intrigado e preocupado, o pai decidiu investigar, entrando em contato com a Cúria Diocesana de Anápolis para confirmar se o batismo realmente havia ocorrido.

Apesar de nunca ter dado consentimento para tal ato, o pai se deparou com a certidão de batismo que continha seu nome como se ele tivesse assinado a autorização. Esse desrespeito à sua autoridade parental motivou ações legais que, conforme a advogada Mariane Stival, podem chegar ao Vaticano, caso necessário.

As consequências legais e as próximas etapas

O empenho da defesa foi notável, com várias notificações enviadas à Paróquia responsável pelo batismo e à Cúria Diocesana de Anápolis. O caso foi encaminhado ao Ministério Público e à Autoridade Nacional de Proteção de Dados, que fez algumas tentativas de contato com a Cúria, mas sem sucesso até o momento. Caso as instâncias locais não respondam de forma favorável, a situação poderá ser levada ao Tribunal Eclesiástico.

“Se houver negativa reiterada das instâncias locais, em último caso, há a possibilidade de encaminhar à Santa Sé, no Vaticano”, afirmou Mariane Stival, ressaltando que a vontade do pai deve ser respeitada nessa questão delicada.

A importância do consentimento na educação religiosa

No contexto do Direito Canônico, o consentimento dos pais é fundamental para que uma criança seja batizada. De acordo com as regras, é necessário que ao menos um dos responsáveis legais concorde com o ato, e deve haver a esperança fundada de que a criança será educada na religião católica. Caso contrário, o batismo deve ser adiado, conforme as diretrizes estabelecidas.

As normas também explicam que o pároco deve anotar meticulosamente os detalhes do batismo, incluindo os nomes dos pais, padrinhos e testemunhas, garantindo a transparência e o registro adequado da cerimônia.

O papel da LGPD neste caso

A violação da legislação de proteção de dados pessoais é outro aspecto crucial que está sendo levado em consideração no processo. A advogada argumenta que a utilização indevida dos dados pessoais do pai no requerimento de batismo, sem o seu conhecimento ou consentimento, fere a Lei Geral de Proteção de Dados, que exige transparência e base legal para o uso de informações pessoais.

“Um aspecto relevante é a utilização indevida dos dados pessoais do pai no requerimento de batismo, sem sua ciência ou consentimento. Tal conduta afronta a Lei Geral de Proteção de Dados, reforçando a irregularidade e a gravidade do ocorrido”, acrescenta Mariane.

Uma violação à autoridade parental

A decisão unilateral de batizar a criança, sem a presença e o consentimento do pai, também levanta importantes questionamentos sobre os direitos familiares e a corresponsabilidade no que diz respeito à educação e formação religiosa do menor. Mariane destaca que o batismo é não apenas um ato religioso, mas também um marco social e cultural significativo na vida da criança, e a exclusão de um dos genitores dessa decisão é uma afronta direta à autoridade parental.

A situação gerou uma repercussão significativa em Anápolis e levantou discussões sobre a necessidade de respeitar os direitos dos pais em contextos religiosos, assim como a importância do consentimento informado para ações que envolvem a formação religiosa de crianças.

Até o momento, o Metrópoles tentou contato com a Diocese de Anápolis para esclarecer a situação, mas não obteve retorno. O espaço permanece aberto para quaisquer manifestações da instituição.

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