O padre Edwin Román, atualmente paroquiano na Igreja de Santa Águeda em Miami, falou à ACI Prensa sobre sua trajetória de exílio na Flórida, marcada por ameaças do regime de Daniel Ortega na Nicarágua e suas expectativas para a Igreja no seu país de origem, que sofre perseguição por parte da ditadura.
Quatro anos de exílio por críticas ao regime
No dia 3 de agosto, Román completou quatro anos fora da Nicarágua, em virtude de ameaças diretas e assédio por parte do governo Ortega, incluindo ameaças de prisão, perseguições e difamações. “Minha passagem por outros países inicialmente seria de 10 dias, mas as ameaças de Rosario Murillo e de jornalistas pró-governo, além do assédio na rua, me forçaram a buscar asilo”, explicou o padre, que foi ordenado em 1990 para a Arquidiocese de Managua.
Desde então, ele tem sido acolhido na paróquia de Santa Águeda, sob os cuidados do padre Marcos Somarriba, apoiando também comunidades próximas. “Ficou difícil aceitar a despedida, mas fomos acolhidos por sacerdotes e bispos nos Estados Unidos, que, como bons pastores, nos abriram suas portas”, afirmou Román, de 65 anos.
Persecução da Igreja na Nicarágua
Quando questionado sobre a situação atual da Igreja na Nicarágua, Román destacou que “os fiéis continuam indo às Missas, mesmo com as perseguições, as proibições de procissões e reuniões de grupos de oração em casas”. Ele afirmou que, apesar da repressão, “a esperança e a fé permanecem vivas entre o povo católico”.
Ele lembrou que o regime de Ortega e Murillo já proibiu mais de 16.500 procissões e realizou mais de 1.000 ataques contra a Igreja, conforme o relatório “Nicaragua: Uma Igreja Perseguida”, publicado pela advogada exilada Martha Patricia Molina em agosto. A ativa repressão é detalhada neste levantamento.
Encontro com o Papa e apoio internacional
No último 23 de agosto, o Papa Francisco recebeu no Vaticano três bispos exilados: Báez, Mora e Carlos Herrera, presidente da Conferência Episcopal da Nicarágua. Román contou que o Santo Padre falou extensivamente sobre a situação do país e expressou seu apoio à Igreja e ao povo nicaraguense, estimulando-os a perseverar na fé.
Como ajudar a Igreja na Nicarágua
O padre Román pediu às pessoas de boa vontade que orem pelo povo da Nicarágua, incluindo sua Igreja perseguida, e que as comunidades religiosas continuem denunciando as injustiças. “Ajudar a Igreja na Nicarágua é orar por nós e pelos sacerdotes e leigos que permanecem firmes na fé, apesar das dificuldades”, afirmou.
Ele também agradeceu à Arquidiocese de Miami pela acolhida e pela acolhida de outros bispos e sacerdotes, que, como ele, vivem na diáspora. “Agradeço a todos que nos acolhem e nos fazem sentir que não estamos sozinhos nesta caminhada”, concluiu.
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