Será divulgado nesta sexta-feira (5), na Bolsa de São Paulo, a vencedora do leilão para construção e gestão do túnel Santos-Guarujá. O projeto, que promete transformar a mobilidade no litoral paulista, possui um orçamento de cerca de R$ 6,8 bilhões e inclui a primeira travessia submersa do Brasil.
Detalhes do projeto do túnel Santos-Guarujá
Com 1,5 quilômetros de extensão, o túnel passará abaixo do canal do porto de Santos e contará com três faixas de rolamento por sentido, incluindo uma adaptável para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Além disso, haverá ciclovia e passagem para pedestres na parte central. A obra deve desafogar a Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-055), que enfrenta congestionamentos frequentes devido ao fluxo intenso de caminhões.
Modalidade e expectativa de avanço
A previsão é que as obras comecem no próximo ano, com acessos e obras de mobilidade concluídos até 2030. A operação plena, porém, só deve ocorrer em 2038, segundo estimativas do governo paulista. O leilão foi aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na semana passada, que autorizou a realização da concessão.
Disputa pelas empresas participantes
Duas empresas estão na disputa pelo projeto: a espanhola Acciona e a portuguesa Mota-Engil. A vencedora será aquela que oferecer o maior desconto na tarifa de pedágio, prevista inicialmente em R$ 6,15 por travessia. A proposta também permite que as empreses ofereçam zerar a contrapartida do poder público, embora fontes indiquem que essa hipótese seja improvável.
Participação de empresas brasileiras
Empreiteiras brasileiras, como Odebrecht, Queiroz Galvão e uma chinesa, chegaram a estudar participar em consórcio, mas desistiram devido às dificuldades na obtenção de crédito. Segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, a quantidade de propostas é compatível com a complexidade do projeto.
Relevância e históricos do projeto
O projeto do túnel Santos-Guarujá, que surgiu na década de 1920, é considerado uma obra emblemática e de grande expectativa para o setor de infraestrutura no Brasil. Estudos apontam que a passagem submersa é a melhor alternativa por permitir a passagem de navios altos pelo canal do porto, além de reduzir vulnerabilidades à obra em caso de condições meteorológicas adversas.
O custo total da obra é de R$ 6,8 bilhões, com participação financeira igualmente dividida entre União e estado de São Paulo, que atuarão na fiscalização e operação durante 30 anos. A concessionária que vencer cobrará pedágio por sistema de cobrança automática, podendo explorar receitas acessórias, como publicidade. Hum preço inicial divulgado para 2024 era de R$ 6,15, mas deve ser atualizado ao longo do tempo.
Construção e perspectivas futuras
A tecnologia utilizada na construção envolve o preparo do solo e a instalação de módulos pré-moldados de concreto que serão içados e fixados no local do túnel. A obra começa fora d’água, em uma doca seca, e as estruturas serão levadas por plataformas até o ponto final, sem interromper o tráfego no canal.
O túnel ligará Vicente de Carvalho, no Guarujá, a Macuco, em Santos, oferecendo uma alternativa às rotas atuais, que se baseiam em rodovia ou balsas, frequentemente congestionadas. Assim que concluído, o projeto deve reduzir significativamente os tempos de deslocamento e ampliar a capacidade de escoamento no porto de Santos.
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