Brasil, 5 de setembro de 2025
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Leilão do túnel Santos-Guarujá promete revolucionar mobilidade na Baixada Santista

Após quase um século de espera, o túnel que liga Santos a Guarujá começa a sair do papel com novo leilão nesta sexta-feira.

Após quase um século de debates, projetos e frustrações, o tão aguardado túnel que ligará Santos a Guarujá finalmente começa a tomar forma. Nesta sexta-feira, 5 de setembro, às 16h, o leilão que definirá a empresa encarregada da construção e operação da estrutura pelos próximos 30 anos será realizado na B3, em São Paulo. A travessia atual pelas estradas, balsas, lanchas e catraias pode levar de 20 minutos a duas horas, mas a nova obra promete reduzir esse tempo para apenas um ou dois minutos.

A história da ligação entre Santos e Guarujá

A proposta de uma ligação seca entre Santos e Guarujá foi discutida pela primeira vez em 1927. Apesar de sua relevância para a mobilidade da população e para o desenvolvimento do Porto de Santos, o projeto enfrentou uma série de obstáculos ao longo das décadas, incluindo mudanças de governo e crises econômicas recorrentes. Desde então, diversas propostas foram feitas, envolvendo tanto a construção de uma ponte quanto de um túnel, mas nenhuma delas foi concretizada.

O projeto atual começou a ganhar forma em 2014, com novos estudos técnicos que apontaram o túnel como a melhor alternativa. Desde então, mesmo com a troca de governos, o projeto se manteve em pauta, alinhado ao interesse do estado e federal, que assumiram a responsabilidade pelos custos da obra.

O investimento e os desafios financeiros

O investimento total previsto para a construção do túnel é de R$ 6,8 bilhões, com R$ 5,14 bilhões provenientes de recursos públicos, divididos entre União e estado, e R$ 1,78 bilhão a ser investido pela concessionária responsável pela operação e manutenção durante os 30 anos de concessão.

A decisão pelo túnel como a melhor alternativa foi tomada em meio a várias discussões públicas e consultivas, culminando na celebração do Acordo de Cooperação Técnica em fevereiro de 2024. O governo paulista, juntamente com a administração federal, firmou um compromisso de investimento, mostrando unidade em torno do projeto.

Avanços recentes e tecnologia utilizada

Recentemente, o projeto recebeu a Licença Prévia (LP), um dos passos fundamentais para a viabilidade ambiental da construção, emitida pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). Isso permitiu que o projeto avançasse para a modalidade de Parceria Público-Privada (PPP). Assim, a empresa vencedora terá direito a receber pedágios e outras formas de compensação ao longo da concessão.

A tecnologia escolhida para a construção do túnel imerso é inédita no Brasil e se inspira em grandes obras internacionais, como o túnel Fehmarnbelt, que conecta Alemanha e Dinamarca. O modelo utilizará módulos de concreto pré-moldados, que serão afundados no leito do canal, dispostos de forma precisa e cobertos para garantir proteção.

Expectativas para o futuro do túnel Santos-Guarujá

A expectativa do governo federal é que a concessionária recupere o investimento em até três anos após o início das operações, que devem levar um período de cinco anos para a conclusão das obras. O projeto, portanto, não apenas busca resolver a questão da mobilidade entre as cidades, mas também promete ter um impacto positivo significativo na economia local.

Além de facilitar o deslocamento de turistas e moradores, o túnel também poderá impulsionar o crescimento do Porto de Santos, o maior da América do Sul. As visitas internacionais e a divulgação do projeto têm atraído a atenção de investidores e especialistas, que observam com expectativa os desdobramentos desse projeto tão esperado.

A construção do túnel Santos-Guarujá se torna um símbolo de resiliência, após um século de promessas e reviravoltas, e é vista como uma solução duradoura para a mobilidade na Baixada Santista. O leilão de hoje marca um importante passo no cumprimento do tão sonhado projeto, que pode transformar a realidade de milhões de pessoas na região.

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