Brasil, 5 de setembro de 2025
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Igreja Católica destaca papel na ética da inteligência artificial

A Igreja Católica defende a participação responsável no debate global sobre inteligência artificial, conforme debatedores em conferência na Escócia

A voz da Igreja Católica é considerada fundamental no diálogo mundial sobre o futuro da inteligência artificial (IA), ressaltaram especialistas durante simpósio realizado nos dias 2 e 3 de setembro no Gillis Centre, em Edimburgo, Escócia. A conferência reuniu empresários, acadêmicos e líderes religiosos para discutir as questões éticas em torno das tecnologias emergentes, sob a ótica da doutrina social católica, apontando que a regulação responsável depende da sabedoria, envolvimento e ação da Igreja.

Igreja e ética na inteligência artificial

Organizado pela Universidade de Santa Maria, em Twickenham, o evento destacou o papel que a Igreja pode desempenhar ao promover um debate que priorize o bem humano na implementação da IA. Entre os palestrantes, estavam Lucas Ernesto Wall, fundador e CEO da almma — o primeiro mercado de IA —, padre Michael Baggot, professor de bioética no Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, em Roma, e Matthew Sanders, CEO da Longbeard, responsável por aplicativos como Magisterium AI, Vulgate AI e Christendom.

Papa e a reflexão sobre a dignidade humana

Wall afirmou a CNA que a Igreja, há milênios, dialoga sobre o que significa ser humano, e destacou que a atual discussão sobre IA é uma oportunidade para a Igreja ajudar a garantir a dignidade humana na era digital. “A Igreja já tomou iniciativas, como a publicação de Antiqua et Nova, de Papa Francisco, que reforça esses valores”, afirmou.

Segundo Wall, fomentar um diálogo contínuo entre Igreja, academia e setor de tecnologia é essencial para que a “era dos algoritmos” seja voltada ao crescimento humano, especialmente dos mais marginalizados. “Precisamos de ações diárias nas paróquias e de engajamento geral da comunidade católica, pois essa pode ser uma mobilização poderosa que impacta gerações.”

Diálogo entre Igreja e laboratórios de IA

O otimismo também foi exposto por Sanders, que afirmou que lideranças de laboratórios de IA demonstram interesse filosófico na discussão ética. “Demis Hassabis, CEO do DeepMind e integrante do Conselho Pontifício das Ciências, fala publicamente sobre a necessidade de regulação, assim como Dario Amodei, da Anthropic. Essas empresas aceitam a sabedoria da Igreja, pois não querem impor uma visão autoritária do futuro da IA”, relatou.

Interessados globais e debates universais

Stephen Dolan, professor de teologia em Twickenham, destacou a quantidade de participantes e o caráter internacional da conferência. “Tivemos entre 30 e 40 inscritos presenciais e online, incluindo pessoas vindas de América do Norte, Índia, Filipinas, Gana e outros países. É evidente que o tema está na pauta global.”

Ao ser questionado sobre as conclusões do encontro, Dolan afirmou que o principal aprendizado foi a incerteza quanto ao desenvolvimento futuro da IA. “Há tanto otimismo quanto ceticismo sobre seu impacto, mas todos concordam que a Igreja tem o potencial de liderar uma narrativa ética, reconhecendo que a tecnologia deve servir ao bem maior, respeitando a dignidade humana.”

Desafios e o papel da Igreja na era digital

Dolan reforçou que o momento é uma oportunidade para a Igreja exercer sua influência, especialmente ao proteger os excluídos e garantir que a inovação tecnológica não viole a dignidade do ser humano. “A sala estava vibrando com debates intensos; a esperança é que os ensinamentos sociais possam orientar a sociedade rumo ao bem comum.”

Para saber mais, acesse a fonte original da Catholic News Agency.

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