Giorgio Armani, renomado estilista italiano, faleceu aos 91 anos e deixou o controle da Armani SpA nas mãos de seus familiares e colaboradores de longa data. A decisão marca uma nova fase na história de uma das marcas mais emblemáticas do setor de luxo, que surgiu em 1975 e se consolidou mundialmente.
Futuro da Armani: herdeiros e possibilidades
O patriarca, conhecido por sua postura de forte defesa da independência da marca, confiou o futuro da Armani SpA a familiares próximos e colaboradores que acompanharam sua trajetória. Armani declarou à Bloomberg News no ano passado que não descartava abrir capital ou vender a empresa a um grupo maior, abrindo possibilidades para diferentes rumos.
A fortuna estimada do estilista, de US$ 9,4 bilhões, está majoritariamente ligada à sua marca, que se destaca por um estilo minimalista e a valorização do ‘Made in Italy’. Mesmo assim, Armani sempre ressaltou a importância de sua independência de pensamento e ações, refletida na história de sucesso da marca.
Legado e visão de continuidade
Ao anunciar sua morte, a Armani afirmou que continuará a proteger o legado do fundador, mantendo viva sua visão de independência, colaboração e inovação. Segundo comunicado oficial, a família e colaboradores levarão adiante o espírito da marca com respeito à sua história e valores.
Embora não tenham sido divulgados detalhes específicos dos próximos passos, a empresa prometeu preservar o estilo de liderança de Armani, que sempre combinou emoção, paciência e inovação. Armani visitou sua loja em Tóquio em 2007 e se manteve ativo até o último ano, apresentando a coleção feminina primavera-verão 2025 em Nova York, ao lado da reinauguração da loja na Madison Avenue, um projeto de arquitetura desenvolvido pela equipe da marca.
Desafios na indústria do luxo
A Armani, assim como outras marcas de luxo, enfrenta atualmente uma desaceleração no setor, refletida na queda de 5% nas vendas anuais em 2024, que totalizaram €2,3 bilhões. A incerteza macroeconômica global, especialmente na China, impactou o desempenho da marca.
Além disso, a empresa esteve envolvida em investigações italianas relacionadas a práticas trabalhistas, incluindo a suspensão de supervisão de uma unidade na Itália devido a alegações de exploração na produção de bolsas.
O impacto na cidade de Milão e o legado de Armani
Para Milão, Armani foi mais que uma marca: foi uma referência cultural, influenciando arquitetura, mobiliário e esportes — incluindo a posse do clube de basquete Olimpia Milano. Sua influência definiu a elegância italiana no cenário global, consolidando sua presença cívica na capital da moda.
Segundo a empresa, a fundação criada por Armani continuará sua atuação, especialmente em ações filantrópicas na cidade de Milão. Armani trabalhou até seus últimos dias em coleções e projetos, reforçando sua conexão com a história e cultura italianas. Como afirmou o comunicado oficial, “nesta empresa, sempre nos sentimos parte de uma família”.