A Fifa deu mais um passo significativo em sua luta contra o racismo ao anunciar a formação do painel “Players’ Voice”. Entre os 16 membros escolhidos para compor este importante grupo está a brasileira Formiga, reconhecida mundialmente como uma das maiores jogadoras de futebol feminino. Os outros nomes de destaque incluem o ícone marfinense Didier Drogba e o liberiano George Weah, que atuará como “capitão honorário”. O anúncio foi feito nesta sexta-feira, em um momento em que a conscientização sobre discriminação racial no esporte se torna cada vez mais primordial.
A missão do painel “Players’ Voice”
O painel ‘Players’ Voice’ foi formado como parte de uma mobilização mais ampla contra o racismo no futebol, iniciada pela Fifa no ano passado. Além de Formiga, Drogba e Weah, integram o grupo outros jogadores icônicos como os franceses Blaise Matuidi e Mikaël Silvestre, a sueca Lotta Schelin e o togolês Emmanuel Adebayor. Cada um dos membros tem a missão de supervisionar e acompanhar as iniciativas de combate ao racismo, além de promover a educação em todos os níveis do jogo.
Fomento à conscientização e reflexão
Segundo a Fifa, o papel dos embaixadores é essencial para a sensibilização de diferentes grupos, principalmente jovens que participam das competições da entidade. A atuação deste painel busca não apenas combater casos explícitos de racismo, mas também fomentar uma cultura de respeito e inclusão dentro e fora dos campos.
Medidas práticas contra o racismo no futebol
Durante o Congresso da Fifa, realizado em Bangcoc em maio de 2024, a instituição votou uma estratégia de cinco pilares para intensificar a luta contra o racismo. Esta estratégia inclui endurecimento das sanções, implementação de procedimentos específicos durante as partidas, e apoio da unidade de moderação da Fifa para ações legais contra incidentes de racismo.
Multa e sinalização de incidentes
Uma das medidas mais impactantes foi o aumento da multa para US$ 6,27 milhões (cerca de R$ 34,3 milhões na cotação atual). Além disso, foi estabelecido um novo gesto antirracismo, onde jogadores realizam um sinal em forma de “X” para indicar um incidente durante a partida. O árbitro, então, terá a decisão sobre a interrupção do jogo. A Fifa também implementou o uso de uma ferramenta de moderação que analisou mais de 33 milhões de publicações e comentários nas redes sociais desde a Copa do Mundo de 2022, com o objetivo de apoiar ações legais em nível nacional contra discursos de ódio e discriminação.
Impacto na comunidade do futebol
A participação de Formiga neste painel é especialmente significativa para o futebol feminino, que tem enfrentado seus próprios desafios em relação à igualdade e representação. Como uma das figuras mais memoráveis do esporte, sua influência é inegável, e sua presença promete inspirar uma nova geração de jogadoras e torcedores. O dilema do racismo é uma preocupação que afeta não só os atletas, mas também toda a estrutura do futebol, exigindo um esforço conjunto de clubes, federações e torcedores.
Ao unir forças de jogadores de diferentes nacionalidades e experiências, a Fifa busca criar um movimento global e solidário que combat a discriminação racial e promova um ambiente mais inclusivo e respeitoso. Com Formiga liderando essa batalha, as esperanças são altas para que mudanças significativas possam ocorrer, não apenas no futebol, mas também na sociedade em geral.
O esforço da Fifa e do painel “Players’ Voice” reflete uma transformação necessária dentro do esporte, que deve incluir todos os jogadores, independentemente de sua cor, raça ou origem. Seria uma infelicidade se o futebol, um dos esportes mais universalmente amados, continuasse a ser um campo de discriminação. Portanto, a sensibilidade e o compromisso dos membros deste painel são cruciais para moldar um futuro melhor, onde todos se sintam bem-vindos e respeitados.
