Brasil, 5 de setembro de 2025
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Estados Unidos pode liderar monitoramento de zona de buffer na Ucrânia

Se um acordo de paz for alcançado, EUA devem vigiar área desmilitarizada na Ucrânia com apoio de aliados internacionais.

WASHINGTON — Se um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia for finalmente estabelecido, os Estados Unidos podem assumir a liderança na supervisão de uma vasta zona de buffer dentro da Ucrânia, uma medida proposta para proteger o país das incursões russas. Essa informação foi obtida de quatro pessoas que estão por dentro de um plano em discussão entre oficiais militares e aliados da Ucrânia, incluindo os EUA.

O que é a zona de buffer?

A zona de buffer seria uma área desmilitarizada extensa — os limites da qual ainda não foram definidos — dentro do que é atualmente o território ucraniano, estabelecendo um divisor entre as terras russas e ucranianas no país. Graças às suas capacidades tecnológicas, os Estados Unidos assumiriam a responsabilidade pela vigilância da zona, utilizando drones, satélites e outras capacidades de inteligência. No entanto, essa tarefa seria coordenada com outros países que também fariam o monitoramento.

Trocas sobre segurança e presença militar

A segurança da zona poderia ser garantida por tropas de um ou mais países não pertencentes à OTAN, como a Arábia Saudita ou até mesmo Bangladesh, conforme revelaram as fontes familiarizadas com o plano. É importante ressaltar que não haverá tropas americanas dentro da Ucrânia, segundo os informantes. O presidente russo Vladimir Putin precisaria concordar com qualquer plano que envolvesse garantias de segurança para a Ucrânia. A participação da OTAN é um tema delicado para Putin, fazendo com que os responsáveis pelo planejamento evitem qualquer uso de forças ou marcação que remeta à Aliança Atlântica.

Garantias de segurança sem a OTAN

Assim, as garantias de segurança provavelmente dependeriam de tropas de países não membros da OTAN e de uma combinação de acordos bilaterais entre a Ucrânia e seus aliados. Esses acordos seriam suficientes para proporcionar à Ucrânia garantias de segurança sem invocar o Artigo V da OTAN — que assegura que um ataque a um membro é um ataque a todos. Esse é um ponto crítico para Moscou.

Desafios na formulação de um acordo

Qualquer plano permanece apenas provisório até que Putin e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky concordem, assim como líderes de países que se envolveriam nas garantias de segurança, incluindo o ex-presidente Donald Trump. O desenvolvimento desse plano ocorreu após a reunião de Trump com Putin no Alasca, em 15 de agosto. Embora essa reunião fosse vista como um passo em direção a mais diálogos, as negociações para um acordo de paz estão avançando lentamente. Contudo, os aliados da Ucrânia continuam a trabalhar nas possíveis garantias de segurança, que seriam essenciais para a paz.

Reunião dos aliados e as ações futuras

Na quinta-feira, membros do grupo de aliados, informalmente conhecido como “coalizão dos dispostos”, se encontraram para potencialmente formalizar aspectos do plano, com a liderança da França e do Reino Unido, que devem conduzir os esforços para fornecer segurança à Ucrânia após o fim do conflito. Após a reunião, Zelensky destacou sua satisfação com a prontidão de cada país para assegurar a segurança em várias frentes.

Rejeição de Putin às tropas estrangeiras

Entretanto, na sexta-feira, Putin rejeitou a ideia de que tropas de outros países participem do monitoramento, afirmando que a presença militar estrangeira seria uma das principais razões para a Ucrânia buscar integração à OTAN. Ele acrescentou: “Se acordos forem alcançados para uma paz duradoura, não vejo sentido na presença deles na Ucrânia.”

A importância da economia e do fluxo de bens

Além da zona de buffer, garantir que a Rússia não possa restringir a economia da Ucrânia é fundamental. Nesse sentido, a Turquia seria responsável por assegurar o fluxo ininterrupto de bens e serviços no Mar Negro através de vigilância e fiscalização nas estreitas do Bósforo e Dardanelos. A Turquia já desempenhou um papel importante na segurança do corredor marítimo que foi estabelecido para permitir a exportação de grãos da Ucrânia após o início da invasão russa.

Diálogo contínuo e opções de garantias de segurança

No Pentágono, as discussões sobre a situação estão sendo lideradas pelo general da Força Aérea Dan Caine, presidente do Estado-Maior Conjunto, com um foco amplo sobre a dissuasão, treinamento e cooperação industrial de defesa. Neste contexto, os EUA estão analisando um acordo com a Ucrânia que poderia valer cerca de US$ 100 bilhões, permitindo a Kyiv a compra de armas americanas enquanto exigem direitos de propriedade intelectual sobre os sistemas avançados que os ucranianos têm desenvolvido.

Próximos passos na diplomacia

A semana seguinte à reunião de Trump com Putin, Caine apresentou ao ex-presidente quatro opções para a garantia de segurança e recomendou a abordagem mais ousada. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, não se manifestou sobre os detalhes do plano, reafirmando que Trump é o tomador de decisões e evitando especulações sobre o que pode ou não ser apoiado por ele.

Os desafios nas negociações permanecem significativos, mas o foco em uma solução duradoura para a paz e a segurança na região continua sendo uma prioridade para os aliados da Ucrânia.

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