A busca por resultados imediatos muitas vezes faz com que equipes adotem práticas que, apesar de bem-intencionadas, geram mais caos e dificultam o progresso. Como evitar que esses ‘arsonistas do combate a incêndios’ tornem o trabalho insustentável?
O que são os ‘firefighting arsonists’ e por que eles surgem na gestão?
O termo refere-se a gestores e equipes que, ao tentarem resolver crises rapidamente, acabam criando um ciclo de emergência constante. Essa postura, comum em empresas como Harley-Davidson nos anos 1990, resulta em um ambiente de caos e frustração. Nelson Repenning e Donald Kieffer, autores renomados em estudos sobre gestão de mudanças, identificaram esse fenômeno ao analisarem processos de desenvolvimento de produtos na Harley, onde gestores experientes, na tentativa de salvar projetos, acabavam por perpetuar a crise.
Por que essa dinâmica prejudica a organização?
Ao focar somente em resolver problemas instantaneamente, as equipes deixam de tratar as causas raízes, o que leva ao acúmulo de questões não resolvidas. Isso cria uma sensação de sobrecarga constante, levando os colaboradores a ações improvisadas e soluções provisórias que aumentam a desorganização e reduzem a eficiência.
Como escapar do ciclo de fogo e incêndio na gestão de equipes
Implementação de uma gestão de trabalho dinâmica
Segundo os autores, uma abordagem eficaz envolve estabelecer uma estrutura de governança que promove a transparência e o aprendizado contínuo. Um exemplo prático é a criação de reuniões quinzenais com foco na identificação de obstáculos e na troca de ideias, algo que Don Kieffer implementou na Harley, apoiado por Nelson.
Essas reuniões, inicialmente vistas como burocráticas, logo mostraram-se essenciais para que a equipe compartilhase informações, resolvesse problemas e contribuísse para melhorias no processo. Assim, os gestores começaram a atuar dentro do sistema, ajudando a aprimorá-lo, ao invés de apenas remediar sintomas de crise.
Referências e estratégias para evitar que o caos vire rotina
Outra estratégia importante é a criação de um escritório de gerenciamento de projetos (PMO), responsável por monitorar, revisar e auxiliar na resolução de problemas de forma colaborativa. Essa estrutura transforma o trabalho de combate às crises em uma tarefa coletiva, promovendo inovação e sustentabilidade no crescimento.
De acordo com os estudos de Repenning e Kieffer, investir em uma cultura de aprendizagem contínua, com ciclos frequentes de avaliação, permite às equipes evoluir de uma postura de emergência para uma gestão mais inteligente e estratégica.
Perspectivas futuras
Ao combinar mudanças estruturais com uma mentalidade de melhoria contínua, as organizações podem evitar os efeitos nocivos dos ‘firefighting arsonists’ e criar ambientes de trabalho mais equilibrados e eficientes. Assim, elas não apenas sobreviverão às crises momentâneas, mas estarão preparadas para crescer de forma sustentável a longo prazo.