No recente episódio do videocast “Toca e Passa”, do GLOBO, o treinador gaúcho Carlos Leiria foi o convidado da semana, onde compartilhou suas experiências durante sua passagem como técnico interino do Botafogo. Em um período conturbado, entre a saída de Artur Jorge e a chegada de Renato Paiva, Leiria se defendeu das críticas que lhe foram direcionadas, especialmente a respeito de ser considerado “teimoso” ou “cabeça dura”. A abertura franca do treinador tocou em pontos sensíveis da sua carreira e das dificuldades enfrentadas no comando de uma equipe de grande tradição no futebol brasileiro.
A defesa de Carlos Leiria sobre seu estilo de gestão
Durante a conversa, Leiria ressaltou sua convicção como treinador, enfatizando que embora tenha sua maneira de trabalhar, também se considera uma pessoa flexível. “Eu tenho uma convicção como treinador. Isso eu vejo como positivo. Mas ao mesmo tempo, eu sou um cara flexível. Tanto é que, como eu sempre falei, a minha ideia foi por conseguir dar tranquilidade para que a direção pudesse tomar as melhores decisões”, disse Leiria. Valorizar a coletividade nas decisões foi um ponto importante que ele destacou, garantindo que sempre buscou ouvir todos os lados e não tomou decisões isoladas.
Leiria ainda se lembrou de uma situação específica que gerou muitas críticas, a escalação do zagueiro Bastos em uma partida crucial contra o Nova Iguaçu, no mês de fevereiro. O jogador, que já havia enfrentado problemas físicos, acabou se lesionando logo no início da partida, criando uma onda de críticas voltadas para o treinador. Carlos explicou que a decisão de escalar Bastos foi sustentada pelas boas atuações recentes de Lucas Halter, que estava prestes a ser emprestado e teve seu tempo de preparação otimizado.
Analisando as circunstâncias da lesão de Bastos
Leiria relatou que, após levantar informações sobre o gramado de Moça Bonita e estando já há três anos na região, a escolha de colocar Bastos em campo foi uma decisão não apenas sua, mas que envolveu discussões em grupo. “O gramado não oferecia as melhores condições, mas era o que, naquele momento, a gente poderia ter. O lance do Bastos foi muito isolado, na lateral direita. O lance até é estranho. Foi um choque ali, acabou pegando a parte medial, depois ocasionou essa infelicidade de ter essa lesão e ficar esse tempo todo parado”, contou Leiria, buscando desmistificar as críticas que lhe foram feitas.
A flexibilidade e a abertura para o diálogo valorizadas por Leiria destacam um aspecto vital da gestão no futebol, onde as decisões são frequentemente vitais e, muitas vezes, criticadas por torcedores e especialistas. O treinador busca reafirmar que seu papel não é apenas de comando, mas de construir um ambiente colaborativo onde todos trabalham juntos pelo bem da equipe.
ASSISTA AO EPISÓDIO COMPLETO DO ‘TOCA E PASSA’ COM CARLOS LEIRIA:
O “Toca e Passa” é um videocast semanal do jornal O GLOBO, com oferecimento de 7Games, onde personagens do mundo do futebol conversam sobre suas carreiras e discutem temas relevantes. O programa está disponível no YouTube, Spotify e Apple Podcasts, permitindo que os fãs do futebol possam acompanhar os relatos e análises de ícones da modalidade.
A experiência de Carlos Leiria no Botafogo serve como um exemplo dos altos e baixos enfrentados por treinadores em suas carreiras, especialmente em momentos de pressão. Sua disposição para esclarecer as dúvidas sobre suas decisões e o modo como trabalha é fundamental para o entendimento dos torcedores e a construção de um relacionamento saudável entre a equipe e seus fãs.
