De acordo com o último relatório da empresa de cibersegurança Netscout, publicado nesta semana, o Brasil registrou meio milhão de ataques DDoS no primeiro semestre de 2025, destacando-se como maior foco na América Latina. Os dados, que consideram os seis primeiros meses do ano, apontam um crescimento de 55% em relação ao segundo semestre de 2024, quando foram contabilizadas 357.422 ocorrências.
Brasil entre os principais alvos globais de ataques DDoS
A Netscout monitorou cerca de 8 milhões de ataques DDoS globalmente, uma ação criminosa que consiste em derrubar sistemas online por meio da sobrecarga de acessos. Na América Latina, a quantidade de ataques totalizou 1 milhão, sendo que o Brasil respondeu por 55% do total regional, reforçando sua posição como um dos principais alvos no cenário mundial.
Setores mais visados pelos hackers
Segundo o relatório, os setores mais atacados são as operadoras de telecomunicações móveis, provedores de infraestrutura de computação — como hospedagem de sites e processamento de dados — além de telecomunicações com fio. Em quinto e sexto lugares aparecem o setor bancário comercial e o transporte rodoviário, respectivamente.
Novos desafios e ameaças crescentes
O documento destaca que tecnologias emergentes, como a automação por inteligência artificial, aliado à disseminação de serviços de ataque DDoS sob demanda, representam um aumento nos riscos cibernéticos. “Cada uma dessas ameaças já seria grave isoladamente; juntas, configuram uma tempestade perfeita com riscos sem precedentes para organizações e redes de provedores de serviço globalmente”, afirma a Netscout.
Impacto de ações de grupos ativistas e criminosos
O especialista em cibersegurança Kleber Carriello lembra que os ataques DDoS tiveram um crescimento expressivo durante a Primavera Árabe, quando passaram a integrar ações de grupos ativistas. “Em ambientes polarizados, parte destes aumentos pode ser atribuída a hacktivistas. Contudo, o uso de DDoS como ferramenta de extorsão por criminosos, com pedidos de resgates em criptomoedas, vem crescendo de forma significativa”, explica Carriello, engenheiro e consultor da Netscout.
Ele alerta ainda que a combinação de ataques coordenados e automação sob demanda dificulta a proteção das redes e aumenta os riscos para as operações digitais de empresas e governos.
Para mais informações, acesse o relatório completo da Netscout.
