Brasil, 6 de setembro de 2025
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Banco BRB ainda sem acesso ao processo que rejeitou compra do Banco Master

BRB aguarda decisão do BC para avaliar fundamentos e alternativas na tentativa de adquirir o Banco Master

O Banco de Brasília (BRB) informou nesta sexta-feira (5) que ainda não teve acesso completo ao processo que levou o Banco Central do Brasil (BC) a rejeitar a operação de compra do Banco Master. A instituição estatal destacou que seus próximos passos dependerão da disponibilização integral dos autos, o que ainda não ocorreu.

Decisão do BC e expectativa do BRB

Em nota enviada ao mercado, o BRB afirmou que, conforme o Fato Relevante divulgado em 3 de setembro de 2025, não possui acesso às razões que fundamentaram a rejeição da operação pelo BC até o momento. “Somente após a disponibilização integral dos autos será possível avaliar, de forma técnica e fundamentada, as alternativas cabíveis”, afirmou o banco.

Na última terça-feira (3), o BRB declarou ter solicitado ao BC o acesso integral à decisão para analisar seus fundamentos e decidir os próximos passos. A instituição também reforçou que vê na aquisição do Banco Master uma oportunidade estratégica, que poderia gerar valor para o banco, seus clientes, o Distrito Federal e o Sistema Financeiro Nacional.

Posicionamento do Banco Master e o cenário atual

O Banco Master, que também aguarda o acesso ao documento completo, afirmou que continuará estudando suas estratégias com base na confiança em sua operação. “Nossos indicadores de desempenho continuam fortes, e nossa operação se destaca em um mercado altamente concentrado”, declarou a instituição.

Até o momento, o Banco Central não se manifestou oficialmente sobre a decisão de reprovação. Ressalta-se que a análise do BC, iniciada há mais de cinco meses, tinha um prazo de até um ano para ser concluída, mas a rejeição foi comunicada antes do encerramento do processo.

Contexto político e influência na decisão

A rejeição do BC aconteceu após movimentos políticos relevantes. No dia anterior, líderes do Centrão na Câmara dos Deputados solicitaram prioridade para um projeto de lei que permitiria ao Legislativo demitir dirigentes da autoridade monetária, incluindo integrantes do BC. O deputado Claudio Cajado (PP-BA) liderou o requerimento, que foi interpretado por analistas como uma tentativa de pressionar a aprovação do negócio.

Nesse contexto, Miriam Leitão destacou que o dono do Banco Master possui boas relações com os líderes do Centrão, o que poderia ter influenciado a postura do BC. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manifestou preocupação com a proposta e afirmou que o governo não foi consultado sobre o projeto, defendendo a autonomia do Banco Central, mas sem abertura para a transformação do BC em entidade de direito privado.

Estratégia de crescimento do Banco Master e riscos envolvidos

O Banco Master apresentou crescimento recente, porém adotando uma estratégia de captação de recursos considerada arriscada por especialistas. O banco oferecia CDBs com taxas elevadas, atraindo investidores com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que protege até R$ 250 mil por cliente em caso de falência.

Essa prática, que aumenta o risco de instabilidade financeira, levou o BC e o Conselho Monetário Nacional (CMN) a aprovarem novas regras sobre o FGC, que entram em vigor em junho de 2026, com um período de adaptação. Além disso, o modelo de negócios do banco, que inclui investimentos em ativos de baixa liquidez, como precatórios e participações acionárias, suscita dúvidas no mercado sobre sua saúde financeira.

Perspectivas e próximos passos

Com a negativa do BC, o andamento da aquisição permanece incerto. O BRB continuará acompanhando o processo e aguardando o acesso ao processo completo para decidir suas próximas ações. Os desdobramentos poderão impactar o cenário de fusões e aquisições no setor financeiro brasileiro, especialmente envolvendo instituições públicas e privadas.

O Ministério da Economia acompanha a situação, enquanto o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já havia aprovado a operação em junho, antes da rejeição pelo BC. A expectativa é que o banco estadual defina estratégias futuras após a análise do processo pelo Banco Central.

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