Brasil, 5 de setembro de 2025
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Trump enfrenta críticas entre apoiadores por plano de entrada de 600 mil estudantes chineses nos EUA

O ex-presidente Donald Trump foi alvo de duras críticas de apoiadores da sua base MAGA nesta semana, após anunciar planos de permitir a entrada de cerca de 600 mil estudantes chineses nos Estados Unidos para estudos, em um momento de intensas negociações comerciais com Pequim. A medida contrasta com ações anteriores de restrição a estudantes e tarifas elevadas contra a China.

Reversão de postura gera controvérsia entre apoiadores

Durante entrevista na Casa Branca nesta segunda-feira, Trump afirmou: “Vamos permitir que estudantes chineses venham. É muito importante, 600 mil estudantes.” A mudança de posicionamento ocorre após sua administração ter adotado políticas de revogação de vistos para chineses ligados ao Partido Comunista ou estudando áreas estratégicas, sob o slogan “America First”.

Em maio, o secretário de Estado, Marco Rubio, anunciou uma política de revogação agressiva de vistos a chineses, reforçando a postura de priorizar os interesses econômicos dos EUA. No entanto, a nova fala de Trump despertou críticas internas na direita, com vozes acusando-o de abandonar os princípios do nacionalismo econômico.

Reações de conservadores e figuras influentes

Na transmissão do programa The Ingraham Angle, a apresentadora Laura Ingraham questionou a decisão do ex-presidente: “Como permitir 600 mil estudantes chineses colocando os EUA em primeiro lugar?” O secretário de Comércio, Howard Lutnick, respondeu que a decisão decorre de uma “visão econômica racional”, alegando que estudantes chineses frequentam as melhores universidades americanas, abrindo espaço para estudantes norte-americanos nas instituições de menor prestígio.

Segundo Lutnick, “todos os estudantes americanos iriam para universidades melhores, e as 15% inferiores fechariam”, reforçando uma lógica de seleção que favoreceria os centros de ensino de elite.

Divisão nas redes sociais e entre apoiadores

Nas redes sociais, sobretudo no X (antigo Twitter), apoiadores de Trump manifestaram-se indignados. A deputada Marjorie Taylor Greene (R-Ga.) afirmou: “Não podemos deixar entrar 600 mil estudantes chineses que podem ser leais à China comunista”, além de questionar a oportunidade de tais vagas que poderiam beneficiar estudantes americanos.

Por sua vez, ativistas de extrema direita, como Laura Loomer, usaram discursos xenofóbicos, chamando os chineses de “espionagem comunista” e associando-os à origem do coronavírus, disseminando narrativas anti-asiáticas que contribuíram para o aumento de violência contra asiático-americanos durante a pandemia.

Críticas por suposto hipocrisia

Outro aspecto destacado nas redes foi a alegação de hipocrisia, já que Trump havia acusado a China de roubar empregos americanos e agora parece abrir as portas para estudantes do país. Usuários criticaram a contradição, comparando a decisão a uma “lavagem de mãos” com uma postura de confrontação

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Ausência de posicionamento oficial da Casa Branca

Até o momento, o Escritório da Casa Branca não se pronunciou oficialmente sobre as críticas decorrentes do anúncio de Trump. A controvérsia evidencia o conflito entre as ações econômicas e a narrativa populista que pretende fortalecer a posição do ex-presidente junto à sua base mais conservadora.

Este episódio reforça o dilema de Trump em equilibrar interesses econômicos globais e o discurso nacionalista que consolidou sua base eleitoral, enquanto enfrenta resistência de setores que consideram a mudança uma traição aos princípios do “America First”.

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