O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (4) que os Estados Unidos “muito em breve” aplicarão uma tarifa “considerável” sobre a importação de semicondutores, componentes essenciais na competição global por inteligência artificial (IA). A medida foi comunicada durante um jantar na Casa Branca com executivos do setor tecnológico norte-americano, que também reforçou que a tarifa não será elevada, mas sim significativa.
Tarifa de semicondutores e incentivos às fábricas nos EUA
Segundo Trump, a tarifa deve ser implementada em breve e visa principalmente empresas que dependem da importação de chips para suas operações. Ele mencionou que, enquanto algumas empresas podem estar isentas, como a Apple, que constrói fábricas de celulares no país, a maior parte do setor de semicondutores será impactada por essa medida. “Se você construir fábricas aqui ou se comprometer a fazê-lo, não precisará pagar tarifas ao importar semicondutores”, afirmou.
Reação do setor tecnológico
Nos últimos meses, gigantes da tecnologia como Apple, Micron Technology e Nvidia anunciaram investimentos elevados nos Estados Unidos como resposta às tensões geopolíticas e às políticas protecionistas do governo norte-americano. A Apple prometeu investir 600 bilhões de dólares em quatro anos, enquanto a Micron planeja aumentar seus aportes para 200 bilhões de dólares, reforçando o fortalecimento da indústria local.
Disputa tecnológica e geopolítica
O setor de semicondutores vem sendo alvo de intensas disputas entre Estados Unidos, China e Taiwan. Recentemente, Washington revogou a autorização para que a taiwanesa TSMC exportasse equipamentos para fabricação de chips na China sem a devida licença. Além disso, a gigante Nvidia não conseguiu vender seus chips específicos para o mercado chinês no último trimestre, apesar de terem sido desenvolvidos sob as exigências do governo dos EUA.
Segundo analistas, o fortalecimento da manufatura nos EUA é prioridade de Trump, que busca implementar tarifas para incentivar a produção doméstica e limitar a dependência de países como China e Taiwan. No entanto, algumas dessas tarifas enfrentam questionamentos jurídicos, sendo consideradas ilegais por tribunais de primeira instância, que sustentam que o poder de impor tarifas de forma ampla não cabe ao presidente. Na última quarta-feira, o governo já entrou com recurso na Suprema Corte para respaldar suas políticas tarifárias.
O reforço na indústria de semicondutores também tem componentes políticos, com o número 2 da diplomacia dos EUA afirmando que a imposição de tarifas possui um “componente político” na disputa com países produtores.
Para mais detalhes sobre as ações de Trump e o impacto no setor, acesse esta reportagem.